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Mais uma vez... sem tempo!

Devido a uma série compromissos (trabalho novo!), estou mais uma vez com o tempo extremamente curto. Passarei uma temporada longe dos blogs da vida! Mas não desitirei e logo voltarei a divagar sobre filmes e tudo que diz respeito à minha arte favorita! Quem tem paciência de me ler, não esqueça de mim!

Obrigada e até logo!

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O filme perdido de Chaplin

Essa notícia merecia registro! Encontrar um filme do Chaplin por acidente... essas coisas não acontecem comigo! Leia abaixo, texto da agência de notícias Efe:

Filme de Chaplin é encontrado em lata comprada pela internet
Fita mostra o ator e diretor americano em um zepelim; internauta fará documentário sobre descoberta

LONDRES - Um internauta britânico se surpreendeu ao encontrar uma produção de Charles Chaplin dentro de uma lata para guardar filmes que comprou no site de leilões eBay por US$ 5.

Morace Park, da cidade de Henman, no sudeste inglês, ficou atônito quando seu amigo John Dwyer, ex-membro do Conselho Britânico de Classificação Cinematográfica, lhe disse que tinha achado um filme, talvez desconhecido, de Chaplin, diz a edição desta sexta-feira, 6, do jornal The Independent.

A filmagem, intitulada "Charlie Chaplin in Zepped", mostra imagens de um zepelim sobrevoando a Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial e Chaplin a expressar seu desejo de voltar dos EUA para a Inglaterra para dar seu apoio aos soldados. Segundo Park, é uma fita de 1916 destinada a apoiar os esforços britânicos na guerra (1914-1918).

O The Independent diz que Dwyer convenceu seu amigo a fazer um documentário sobre a descoberta, que já está em processo de filmagem e terá o nome de "The Lost Film Project".

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O crime do padre Amaro


Como grande admiradora da literatura clássica em língua portuguesa, sempre fico muito curiosa para ver os resultados de uma transposição dessas obras para as telonas. Neste mesmo blog, já dei um exemplo que – na minha opinião – foi bastante mal-sucedido (“O primo Basílio”). Vou continuar com Eça de Queiroz e o filme da vez é “O crime do Padre Amaro”. Este sim, um exemplo de como o cinema pode aproveitar toda a riqueza do texto de um autor como o português em questão. O filme compõe o cenário de um novo cinema mexicano e ganhou prêmios como o de melhor roteiro do Festival de Havana e foi indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.


A história tem como pano de fundo toda a devassidão que pode haver na relação entre política, poder e religião (no fundo sinônimos). No entanto, o centro das atenções é o caso romântico e proibido entre o padre recém-chegado e a jovem sedutora Amélia. A produção mexicana acerta em cheio na escolha do protagonista Gael García Bernal. Ele personifica vários dos atributos que o autor havia desenhado cuidadosamente na trama desenvolvida no livro. Gael faz um Amaro charmoso (e como), atormentado e de caráter fraco, assim como deveria ser. O conflito entre a moralidade e a ardente paixão que Amaro sente é bem marcado pela interpretação do ator mexicano.


Um dos pontos altos da narrativa é o paralelo cênico que a inteligente direção de Carlos Carrera faz entre os símbolos sagrados e toda a “blasfêmia” ocorrida em nome de Deus. Há cenas em que Amaro e Amélia demonstram toda a força de sua atração física ao mesmo tempo em que são focalizados os santos no altar. Esse e outros jogos trabalham uma ironia e uma crítica sagaz. Colabora para tornar a crítica mais eficaz, a interpretação dos atores coadjuvantes do círculo da Igreja Católica. Esses personagens ricos – com destaque para o padre Natalio, adepto da teologia da libertação, feito pelo ator Damián Alcázar – traçam um perfil interessante das intrigas permanentemente presentes no seio da religião predominante (por enquanto) em países como Portugal e Brasil.


As perdas recorrentes – e, muitas vezes, inevitáveis – no momento da adaptação de livros para o cinema não incomodam tanto para quem teve contato com a obra. Ou seja, não chega a comprometes a fluência do drama em questão. Uma ressalva é importante. A Amélia do filme é muito diferente da do livro. Na película, fica difícil notar algum momento de hesitação ou conflito interno (presente em Amaro, como disse anteriormente). A jovem se joga de cabeça no romance proibido desde os primeiros contatos, ou seja, a essência puritana que seu nome suscita é jogada para escanteio.


O crime do padre Amaro é, acima de tudo, um grande filme. Com um tema que causa rebuliço e atores de primeira, o diretor soube jogar o jogo.



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Filosofia e cinema, topa?


Povo que gosta de cinema, uni-vos! Ainda dá tempo de aproveitar uma programação muito boa do Caixa Cultural. O centro cultural do centro do Rio está promovendo, desde maio desse ano, uma mostra que estuda a convergência entre cinema e filosofia chamada: “A história da filosofia em 40 filmes”. A programação completa (que inclui pérolas de Polanski, Win Werders, Bergman, etc) se constitui em um curso sobre o assunto e os filmes são exibidos às 10h30 dos sábados até fevereiro do ano que vem. Ao final da exibição de cada filme, os especialistas Alexandre Costa e Patrick Pessoa realizam uma palestra e explicam a relação entre o tema do filme e a filosofia.

Mesmo para quem não gosta de filosofia, vale a dica para aproveitar os clássicos e, o que é melhor, gratuitamente. As senhas começam a ser distribuídas às 10h. Confira o restante de programação:

MÓDULO 6 – Morte e finitude

17/10/09 - Paris, Texas | Wim Wenders

24/10/09 - O sétimo selo | Ingmar Bergman

MÓDULO 7 – História e violência

31/10/09 - Ricardo III | Al Pacino

07/11/09 - Macbeth | Roman Polanski

14/11/09 - Dogville | Lars von Trier

21/11/09 - Marcas da violência | David Cronenberg

MÓDULO 8 – O fascismo hoje

28/11/09 - M, o vampiro de Düsseldorf | Frizt Lang

05/12/09 - Taxi Driver | Martin Scorsese

12/12/09 - Apocalypse now | Francis Ford Coppola

19/12/09 - Laranja mecânica | Stanley Kubrick

MÓDULO 9 – Cinema e revolução

09/01/10 - O anjo exterminador | Luis Buñuel

16/01/10 - O encouraçado Potemkin | Sergei Eisenstein

23/01/10 - O homem sem passado | Aki Kaurismaki

30/01/10 - Nós que nos amávamos tanto | Ettora Scola

MÓDULO 10 – O cinema nacional e a interpretação do Brasil

06/02/10 - São Bernardo | Leon Hirszman

20/02/10 - Deus e o diabo na terra do sol | Glauber Rocha

27/02/10 - Brás Cubas | Julio Bressane

28/02/10 - Macunaíma | Joaquim Pedro de Andrade

Fonte: site do Caixa Cultural

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Meneios de opinião

PIAF


Frase resumo: O filme é todo de Marion Cotillard, sua atuação completa de corpo e alma é a força da película.


Ponto (s) positivo (s): Além da brilhante e espetacular atuação da atriz que dá vida à cantora francesa Piaf, a primeira etapa do filme é muito bem enredada. Uma história que é emocionante por si só, ganhou traços de obra de arte com as músicas de Piaf e uma fotografia linda.


Ponto (s) negativo (s): O principal problema é o tempo de duração:140 min. Em um determinado momento começa a se tornar cansativo e o roteiro perde o rumo. Começa a ficar melancólico demais, triste demais, enfim... longo demais. Acaba parecendo que os roteiristas forçaram a barra para fazer o cinema inteiro chorar, desnecessário.


Nota: 8


Opiniões (de outros): “É impressionante como Marion Cotillard se transformou em outra pessoa”. Marcos Nascimento (estudante de jornalismo)


EU OS DECLARO MARIDO E... LARRY


Frase resumo: Uma sucessão cansativa de baboseiras e piadas sem graça sobre o universo gay pelos olhos de um machista.


Ponto (s) positivo (s): Posso destacar as mensagens embutidas no roteiro sobre o valor da amizade e, no finalzinho, um discurso contra o preconceito contra os homossexuais. Isso com muita, mas muita, boa vontade.


Ponto (s) negativo (s): Quase todo o filme. Acredito que a principal função de um filme de comédia seja fazer rir e nisso “Eu os declaro marido e... Larry” deixa imensamente a desejar. É incrível como eles conseguiram unir tantas piadas rasteiras e bobas em um mesmo roteiro. Nem Adam Sandler (que eu adoro em alguns filmes) está engraçado, seu personagem é chato. Costumo dizer que os projetos em que ele se envolve ou são 8 ou são 80, ou seja, ele trabalha com os extremos ótimo e horrível. Este está definitivamente no status 8 (horrível).


Nota: 1,5


Opiniões (de outros): “Eu que costumo achar o Adam Sandler muito engraçado, desta vez prefiro até o ator que interpretou o amigo dele (Kevin James)”. Eduardo Silva (administrador de empresas)

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O contador de histórias


Eu não estava nem um pouco enganada. Acho que ando lendo as críticas certas, porque o filme é tudo o que eu esperava. “O contador de histórias” é emotivo, bem desenhado – apesar de fragmentado nas mãos de quatro roteiristas: Mauricio Arruda, José Roberto Torero, Mariana Veríssimo e Luiz Villaça, engraçado e de forte cunho social. Por esta última característica, o ótimo filme brasileiro recebeu um selo da Unesco. E, na minha modesta opinião, merece ganhar mais e mais prêmios. Até agora, “O contador de histórias” recebeu o prêmio de Melhor Filme no Festival de Paulínia e os três atores que interpretam o protagonista dividiram o prêmio de Melhor Ator, no mesmo Festival. Além do prêmio de Melhor Filme de Ficção, através de votação popular em Paulínia.


A narrativa se passa em Belo Horizonte, no final da década de 70, e conta a história de Roberto Carlos Ramos. No entanto, não se engane. Trata-se de um espetacular cinema de ficção. A licença poética é o grande mérito de diretor Luiz Villaça, ele consegue ser fiel aos fatos, sem abandonar a poesia e a sensibilidade do cinema, da obra de arte. Vamos à sinopse oficial: O filme mostra a vida de Roberto Carlos Ramos, hoje pedagogo mineiro e um dos melhores contadores de história. Criado na Febem desde os seis anos de idade, aos 13 anos ele conhece a pedagoga francesa Margherit Duvas, que mudou sua vida radicalmente.


Como todos sabemos, é difícil confiar em sinopses. Ou melhor, é quase impossível extrair alguma opinião de uma sinopse. Mas até que essa deu para o gasto. Só que o filme vai além do “baseado em fatos reais”. A maneira como o diretor utiliza os recursos cinematográficos para valorizar a imaginação de Roberto é muito interessante; é notável a forma como são empregados os closes, eles tornam a crueza das difíceis e dolorosas situações reais mais sutis; a atriz portuguesa Maria de Medeiros (que foi a namorada frágil e doce de Bruce Willis, em “Pulp fiction”) encarna um sotaque francês quase perfeito – algumas palavras ganham uma entonação bem engraçada – para interpretar uma pedagoga que tinha a ingenuidade e a bondade de que o mundo precisa cada vez mais e o menino que encarna o protagonista aos 13 anos (Paulinho Mendes) é muito talentoso.


A história da vida de Roberto Carlos Ramos é apaixonante, mas constitui uma exceção ao absurdo que vivemos com o abandono de crianças pelas ruas desse país. O fracasso de todos os órgãos públicos destinados a cumprir os direitos humanos no Brasil é mais do que óbvio. A cena em que essa ideia é trabalhada é brilhante, por sinal. Com a colaboração de Malu Galli, que personifica a figura das várias educadoras que passaram pela vida do mineiro com a inevitável dor do fracasso estampada nos seus olhos. "O contador de histórias" incorpora também um elemento documental ao inserir a narração em off do próprio protagonista e em sua aparição, na sequência final. Não é uma produção irretocável, talvez seu final deixe um pouco a desejar. Principalmente com relação ao rapaz que interpreta Roberto adulto (Cleiton Santos). As poucas cenas em que ele aparece destoam do restante do filme. No entanto, essa pequena queda no ritmo não tira os méritos da película. Reflexão e sorrisos não vão faltar.


Bisous à tout le monde...

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A função do cinema

Essa é uma discussão histórica e sem fim. Qual seria, afinal, a função do cinema. O puro entretenimento “despretensioso”? A educação de seu público? Estaria a serviço de ideologias embutidas? Ou seria a arte pela arte? Todo esse questionamento não se restringe ao cinema, passa pela arte como um todo, como sabemos. A minha opinião é simples e passa longe de palavrórios teórico-político-social-científico. Esse imbróglio envolve os conceitos realidade e ficção, acrescidos de outros rótulos como: comédia, aventura, romance, drama, ... Acredito que o importante seja tocar o espectador. Fazer com que a obra que se reproduz com a ajuda de aparatos e habilidades técnicas se solte da tela do cinema (ou da televisão) e alcance a emoção daquele que está assistindo.

O maior mérito de qualquer arte é movimentar as emoções. Meu diagnóstico para um bom filme é de acordo com as sensações que ele me provoca (ou não). É inerente ao cinema ser sensacional! Se for para dar uma chacoalhada na nossa visão social, que seja. Ou para fazer-nos rir dos problemas, e abstrair toda nossa tensão diária. Ou mesmo para nos fazer chorar de emoção com uma história que não é a nossa, mas poderia ser. E por aí vai. Muitos vivem intensamente seus dilemas pessoais, mas esquecem até mesmo de se emocionar com eles. A coisa piora quando se trata de outra pessoa. A obra cinematográfica, quando olhada com atenção pode sensibilizar, ensinar, encantar, chocar,...

É importante fugir de patrulhas de todo o tipo, sejam ideológicas (termo criado por Cacá Diegues), ou sejam estéticas. Estamos falando de obras de arte e para arte não pode haver amarras. Minha única ressalva é aos filmes que não envolvem o essencial de uma obra de arte: o genuíno sentimento.

Nota: O que motivou essa elucubração, além da minha própria reflexão sobre a questão, foi a publicidade criada em torno de “O contador de histórias”. Que parece (ainda não assisti, mas pretendo) ser daqueles bons filmes que conseguem unir importantes discussões sociais – como a inexistência de políticas publicas eficazes para menores abandonadas nos últimos anos – com um olhar arguto sobre a interioridade de uma criança. Essa é uma forte vertente do cinema brasileiro e isso não pode ser abandonado. A união de duas importantes funções torna nossos filmes “documentos da emoção”.

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Espetáculo da Realidade


Como prometido, eis aqui minha matéria sobre a ascensão das cinebiografias no Brasil nos últimos anos. Entrevistei o Micael Langer e, é claro, perguntei sobre a suposta “decadência da ficção”. Confira essa e mais respostas na reportagem abaixo (assim como no blog da Petrobras, antes de ser publicado no jornal, rs).

Pelé, Cazuza, Simonal, Garrincha e Arnaldo Baptista, além de importantes para formação da identidade nacional, têm em comum o fato de terem se tornado personagens biografados pelo cinema brasileiro. A adaptação dessas trajetórias de vida em um curto espaço de tempo reflete no significativo aumento da produção de cinebiografias no Brasil. Este tipo de apropriação da realidade tem se mostrado uma fórmula de sucesso, seja em documentários ou histórias reais com pitadas de ficção. O público brasileiro está cada vez mais acostumado a ir ao cinema para assistir filmes “baseados em casos reais”. Pode-se dizer que esse panorama foi iniciado com a retomada do cinema brasileiro depois do governo Collor. Neste período, foi extinta a Embrafilme (1990) e, ao mesmo, toda a produção de cinema ficcional existente no país até então.

Essa tendência de narrativas em busca do real pode ser notada nas estatísticas sobre documentários da Agência Nacional de Cinema (Ancine). Em 1994, apenas um documentário entrou em circuito comercial; em 2004, foram 17 produções do gênero; e em 2007, última estatística divulgada, foram 32 – o que representou 30% da produção do ano. Paralelamente, houve um aumento sucessivo no interesse em se produzir filmes sobre personalidades com alguns elementos de ficção. São exemplos deste movimento os sucessos de bilheteria “Cazuza” (2004), com mais de três milhões de ingressos vendidos, e “Dois filhos de Francisco” (2005), que registrou 5,3 milhões de espectadores, tornando-se a nona bilheteria da história entre os filmes brasileiros.

A declaração dada por Micael Langer, um dos diretores de “Simonal – Ninguém sabe o duro que dei”, ilustrou esta questão. Segundo ele, “A ficção está em decadência. É como se as histórias tivessem acabado”. Estas palavras foram reproduzidas em vários sites de notícia e acenderam a discussão sobre a “onda” de cinebiografias. “Quando eu digo cinema de ficção, me refiro a 90% do cinema assistido no mundo, ou seja, o americano. Esses roteiros, em sua grande maioria, seguem manuais e diretrizes já determinados, são previsíveis. No documentário, a história ganha mais força, pelo simples fato de ser inspirada no real”, explica Micael, em entrevista por e-mail ao “Oficina do Impresso”.

A tese de que as histórias estariam se esgotando seria reforçada, de acordo com o diretor, pelo grande número de sequências, adaptações e refilmagens, algumas até com poucos anos de diferença do original. “É bom também lembrar de casos como os dos filmes de asteróides em rota de colisão com a terra, de vulcões em erupção, dentre outros, que foram feitos na mesma época, por estúdios diferentes, pegando carona em alguma ‘tendência’”, reitera. No entanto, é importante salientar que as produções de documentários ainda estão longe de alcançar os números do “cinemão” americano – mesmo com uma possível crise de criatividade, salvo raras exceções como o fenômeno anteriormente citado “Dois filhos de Francisco”.

Segundo Micael Langer, a explicação para o crescente interesse em filmar enredos baseados na vida de pessoas famosas seria a identificação do público com essas histórias e também certas características da legislação brasileira. “No Brasil, não é viável fazer documentários sobre temas mais espinhosos, como os do Michael Moore, por exemplo. Aqui, o documentarista precisa pedir autorização para quase todas as pessoas que aparecem no filme, independente de como essas imagens forem usadas e onde foram coletadas. Isso acaba fazendo com que a maioria dos documentários brasileiros seja composta de homenagens ou de filmes de personagem, os chamados filmes chapa branca”, critica.

Lançamento recente, “Jean Charles” – filme sobre o brasileiro morto pela polícia inglesa em um metrô de Londres em 2005 – traz no papel-título o consagrado ator Selton Mello e reforça o filão de histórias da vida real. Entre os próximos lançamentos do cinema brasileiro estão adaptações das biografias de inúmeros personagens – vivos ou mortos – que também reafirmam esta tendência. Entre as histórias estão as do jogador Ronaldo, do presidente Lula, do ex-presidente Jânio Quadros, de Bruna Surfistinha (ex-prostituta que escreveu o livro “O doce veneno do escorpião”), Tom Jobim, Cássia Eller, Gonzaguinha, Grande Otelo, Chiquinha Gonzaga, Mamonas Assassinas, entre outros.

A atração pelo real

Explicar as causas e consequências deste tipo de narrativa na sociedade foi, certamente, o principal objetivo do artigo “O apelo realista”, assinado pela pesquisadora em comunicação da USP Ilana Feldman. A doutoranda aborda as maneiras pelas quais as relações humanas modernas tornaram tão habitual assistir produções sobre a vida como ela é. Exemplos disto são reality shows, vídeos divulgados na internet e, o assunto em pauta, cinebiografias. “O inchaço da vida privada é um dos motivos para o incremento das cinebiografias no cinema brasileiro. Ou seja, esse excesso de produções midiáticas sobre a realidade nos distanciaria de uma vivência real para nos aproximar de uma experimentação mediada pelo cinema”, teoriza.

No artigo, a autora explica que o principal motivo do sucesso desses filmes se deve ao fato de já começarem a ser exibidos totalmente legitimados pela realidade, o que facilitaria a adesão dos espectadores à história. Outro fator seria a identificação com os personagens, que vai sendo construída ao longo da narrativa e que contribui na construção da identidade nacional. “Essa mediação deixa de ser externa para se tornar parte crucial de nossa visão de mundo e daquilo que tomamos por realidade”, acredita.

A pesquisadora vai ainda mais longe em sua reflexão e afirma que “tal apelo realista da produção cinematográfica brasileira não é apenas efeito de uma tendência estética e de mercado, sendo, antes, também determinado pelo modo de produção hegemônico dessa cinematografia. Produzida com dinheiro público, captado em grandes empresas via leis de incentivo, essa narrativa precisa ser socialmente justificada. Sendo assim, essa produção cinematográfica responde a uma demanda por maior inserção na realidade. Sem contar, a necessidade de ‘responsabilidade social’ por parte das empresas financiadoras”.

Filmes feitos por admiradores

O professor de cinema da PUC-Rio Miguel Pereira acredita que as biografias filmadas não constituem um fenômeno moderno. “A curiosidade das pessoas é mesmo saber a origem das personalidades e como elas conseguiram chegar ao lugar de prestígio onde se encontram”, rebate. “Tudo, hoje, muda muito rapidamente. Enxergar tendências é cada vez mais difícil”, continua. O professor acredita que as cinebiografias geralmente são fruto da paixão pelo biografado. “Se Hollywood resolvesse lançar agora um filme sobre Michael Jackson certamente seria um grande sucesso”, diz.


Miguel considera que as fronteiras entre o documentário e a ficção estão cada vez menos nítidas. “No fundo tudo é ficção, cada filme reflete o ponto de vista de quem o fez, é uma elaboração pessoal, embora partilhada com o grupo de realizadores”, diz. Seu pensamento é retomado pela documentarista Cristiana Grumbach, diretora e assistente de direção de Eduardo Coutinho em filmes como “Edifício Master” (2002) e “Jogo de Cena” (2007), que estreou na direção em 2005 com o filme “Morro da Conceição”. Ela acredita que o próprio fato de posicionar a câmera diante do mundo seria criar um artifício de linguagem.

Porém, diferente de Miguel Pereira, Cristiana consegue visualizar uma tendência. “O surto de produção de cinebiografias é uma realidade. Acho que a tendência das pessoas filmarem biografias de grandes personalidades está ligada à idéia de que um documentário deve dar conta da totalidade de grandes temas”. A cineasta atribui o crescimento no número de documentários produzidos à crença de que é mais fácil realizar este tipo de filme. “As pessoas acham que a ficção demanda mais técnica. Esse negócio de cinebiografia tem a ver com a idéia de que qualquer um faz documentário. Isso contribui para que haja uma certa banalização da ideia do que é fazer um documentário”, afirma.

Cristiana tem um ponto de vista otimista a respeito da decadência da ficção. Para ela, a crise no ato de criar histórias supõe uma reflexão sobre como fazer cinema e incentiva a discussão sobre novas linguagens. “A crise é exatamente um questionamento sobre como contar histórias de outra maneira. Aí não importa se você está lidando com documentário ou ficção. Porque, na verdade, tudo é artifício, tudo é filme. E a discussão sobre tudo isso é muito bem-vinda”, opina.

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Nova Seção --> Meneios de opinião

Eu acredito muito que de cada experiência da vida possamos aproveitar algo. Sendo bom ou ruim, tudo enriquece seu repertório se você souber aproveitar. O mesmo acontece com filmes. Mesmo diante de um filme que você ache péssimo, horroroso, terrível, ... Você pode fazer reflexões interessantes e, o que me aconteceu, ter ideias!!! A bola da vez é o filme musical Mamma Mia! Achei péssimo, mas ele me inspirou a criar a seção Meneios de opinião. Nela, eu tratarei dos últimos filmes que assisti de forma simples e direta, analisando sem tantos argumentos. Concordando ou discordando, todos podem dar opinião, mas sem ofensas pessoais (rsrs).



1º da lista: MAMMA MIA!


Frase resumo: Tortura vertiginosa, colorida e estridente ao extremo.


Ponto (s) positivo (s): A Grécia e a forma física sensacional de Meryl Streep.

Ponto (s) negativo (s): Quase tudo. Os cortes do filme são tão “violentos” que me deixaram tonta. Descobri que odeio Abba. O roteiro é fraquíssimo, tem um apelo mais do que óbvio (doce menina em busca do amor de pai da forma mais “criativa” possível) e um final lamentavelmente superalegre. Além das interpretações das amigas da personagem de Meryl Streep que, em alguns momentos, pareciam estar em plena crise nervosa.


Nota: 3,0


Opiniões (de outros): “Eu nem me arrisco a assistir um filme com o Pierce Brosnan cantando” Igor Mello (estudante de jornalismo)


ENTRE OS MUROS DA ESCOLA (ENTRE LES MURS, FRA)

Frase resumo: Uma interessante experiência que, misturando realidade à ficção, traz situações tensas na relação aluno/professor; mas também na subentendida relação colonizado/colonizador.


Ponto (s) positivo (s): Com um lado um pouco etnográfico – já que os atores praticamente interpretam eles mesmos, o filme consegue unir isso perfeitamente à subjetividade da questão. Com um olhar apurado sobre os conflitos em questão, a ótima (um pouco triste) cena final dá margem à reflexão.


Ponto (s) negativo (s): Talvez a rapidez dos diálogos centrais (em francês, claro) possam atrapalhar a total apreensão de sentido.


Nota: 9


Opiniões (de outros): “Achei um pouco fragmentado, mas ótimo para entender melhor o universo difícil das escolas” Millena Mota (estudante de pedagogia)

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Detalhes interessantes

Um pouco mais de curiosidades. Desta vez um pouco mais interessantes e com uma fonte mais confiável. Sempre a falta de tempo me impede de escrever meus frequentes devaneios. Mas resisto bravamente às insalubres condições em que vive uma estudante de jornalismo e estagiária (com a profissão em crise) e logo I’ll be back! Importante, fiz uma pequena pesquisa sobre um movimento puritano que fui conhecer através destas curiosidades abaixo.

1) Hollywood, a meca do cinema, foi fundada em 1877 e teve seu nome tirado da fazenda da família Wilcox, que habitava a região. Foi transformada em cidade em 1903 e em 1910, com 4 000 habitantes, era anexada a Los Angeles.

2) A expressão "sétima arte", a partir de então utilizada para designar o cinema, foi criada em 1912 pelo italiano Ricciotto Canuto.

3) Os dois primeiros cinemas do mundo foram abertos nos Estados Unidos. Em outubro de 1895 era inaugurado o Atlanta, em Atlanta, na Geórgia. E em abril de 1902, Los Angeles inaugurou o Electric Theatre.

4) ... E o Vento Levou, de Victor Fleming, de 1939, foi o filme mais visto em todo o mundo: cerca de 120 milhões de pessoas assistiram à história de amor protagonizada por Clark Gable e Vivian Leigh.

5) O filme que usou maior número de figurantes em toda a história do cinema foi Gandhi, 1982, de Richard Attenborough: mais de 300.000. [Sem dúvida esse é um ótimo filme]

6) O verdadeiro nome de John Wayne (1907-1979) era Marion Michael Momson. Entre 1927 e 1976, o ator estrelou exatos 153 filmes - 142 dos quais fazia o principal papel.
7) O filme que teve mais beijos em toda a história do cinema foi Don Juan (dirigido por Alan Crosland, em 1926). Durante uma hora e cinqüenta e um minutos de duração da história, os atores John Barrimore, Mary Astor e Estelle Taylor beijavam-se 127 vezes (!!!).

8) Hedy Lamarr teve antecessoras notàveis. Afinal de contas, as primeiras cenas de nudez no cinema já começavam a acontecer a partir de 1916. As pioneiras na ousadia foram as atrizes Anne Kellerman (em Daughter of The Gods) e June Capríce (em The Ragged Princess). Em 1936, o Códígo Hays** baniu a nudez das telas.

9) O primeiro cinema a ser inaugurado em Hollywood foi o Ydyl Hour Theatre, em 1911. Funcionava numa loja localizada na Hollywood Boulevard.

10) O enorme letreiro contendo a palavra Hollywood - um dos mais importantes cartões-postais da cidade - começou a ser erigido em 1923. inicialmente, a mando de uma companhia de imóveis do qual Mack Sennen fazia parte, foi colocada a palavra Hollywoodland, o nome de um loteamento que se instalaria nas imediações. Com a corrosão do tempo, ficou apenas Hollywood.

11) Charles Chaplin ganhava nos tempos da Keystone apenas 175 dólares por semana. lnsatisfeito, trocou, em 1915, de estúdio e foi para a Essanay, onde passou a receber 1 250 dólares semanais, mais bônus. Um ano depois, já na Mutual, passou a ter um salário semanal de l0.000 dólares que, com os bônus, podia chegar a 150.000 dólares mensais. Uma fortuna na época.

12) Ganhou tanto dinheiro que, em 1919, em companhia de Douglas Fairbanks, Mary Pickford e David D. Griffith, fundou a United Artists Corporation. No novo estúdio realizou, em 1923, o filme A Woman of Paris, com Edna Purviance, em que, por pouco tempo, abriu mão de seu eterno vagabundo Carlitos. Além de dirigir, fez apenas um pequeno papel, sem os trajes do personagem que o consagrou.

13) Charles Chaplin resistiu bravamente ao cinema falado e, apenas treze anos depois de seu surgimento, o cineasta deu voz a seus personagens em O Grande Ditador/The Great Dictator, de 1940.

Fonte: www.webcine.com.br

** “O nu completo não é admitido em hipótese alguma. A proibição é também para o nu de perfil e toda visão licenciosa de personagens do filme. É igualmente proibido mostrar órgãos genitais de crianças, inclusive de recém nascidos. Orgãos genitais masculinos não devem sobressair. Caso um tema histórico exija uma calça justa, a forma característica dos órgãos genitais deve ser suprimida, na medida do possível. Os órgãos genitais da mulher não devem aparecer, nem como sombra, nem como sulco. Toda alusão ao sistema capilar, inclusive as axilas, está proibida”.
Trechos do Código de Hays.

Para aprovar o código na sociedade americana, Will Hays - advogado, membro da Igreja Presbiteriana e amigo íntimo do Presidente dos Estados Unidos Herbert Hoover, se empenhou em mobilizar os adeptos do catolicismo, representados por Martin Quigley. Assim, dez milhões de católicos assinaram um manifesto em favor da Legião da Decência, na esperança de livrar a sociedade americana “da grande ameaça da lascívia no cinema”. Um mutirão ecumênico - envolvendo vinte milhões de membros das igrejas protestantes e ainda organizações judaicas e outras organizações da sociedade civil - ajudou a resgatar “a tradição da moral americana”.

Enquanto isso, a indústria do tabaco estreava o merchandising no cinema, pagando aos produtores por cada minuto de película em que os protagonistas aparecessem fumando.

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18 curiosidades da história cinema

No melhor estilo entretenimento moderno, a falta de tempo para uma coisa melhor me fez apelar para curiosidades de origem duvidosa e de interesse questionável. Mas vale a pena ler... Algumas me fizeram rir bastante!!!


Stalin adorava os musicais.

Por isso promoveu a rodagem destes no cinema soviético e inclusive compôs uma canção para um deles "o chiqueiro e o pastor", a letra dizia: "Uma canção alegra o coração que alguma voz arrebatou. Todos os povos grandes e pequenos adoram esta melodia; enquanto as grandes cidades cantam a canção."


A película mais longa da história.


Tem um titulo que explica tudo: "Tratamento contra a insônia", dura 87 horas, isto é, mais de 3 dias e meio. O filme consistia numa única seqüência na qual se via o poeta Lee Groban lendo uma composição de 3.400 paginas. Só foi projetada na íntegra duas vezes e ninguém conseguiu ver o filme todo.


Sigmund Freud só não foi o roteirista mais bem pago da história porque não quis.


Em 1933 um produtor lhe ofereceu um cheque em branco para que lhe contasse as psicopatias de seus pacientes, com a idéia de que nelas podiam ter escondidas muitas boas películas, Freud recusou por que lhe pareceu pouco ético.


A atriz mais assassinada.


A francesa Paula Maxa, especializada em papéis de vítima no cinema mudo foi assassinada em toda sua carreira um total de 358 vezes, muitas delas de forma horrível. Em alguns filmes chegou a fazer mais de um papel com o intuito de ser assassinada várias vezes.


Bruce Lee foi o único ator com clones.


A estrela das artes marciais conseguiu protagonizar 4 películas depois de sua prematura morte. Para exprimir a lenda ao máximo as duas grandes produtoras de Hong Kong rodaram várias dezenas de películas protagonizadas pelos clones do ator aos que batizaram com nomes como Bruce Le, Bruce Li, Bruce Liu... alguns lembravam o famoso lutador, mas outros não pareciam nem um pouquinho, tinha um que nem era chinês, inclusive era loiro (!).


Alguns gangsters foram grandes cinéfilos.


Al Capone foi ao cinema ver Scarface - A Vergonha de uma Nação (1932 - Howard Hawks) várias vezes, filme de gangsters baseado em sua vida. E John Dillinger foi crivado de balas pelo FBI quando saia de uma sala de cinema que projetava uma película muito apropriada para "o Inimigo publico numero um" 1934.


O único filme rodado uma única vez.


Seu titulo era "O homem perseguido por um ovni", a maior parte do filme era composta por partes de outras películas, de forma que nem o homem nem o ovni eram os mesmos em quase nenhuma cena. A história era tão tosca que ao final da exibição o próprio diretor queimou a fita.


Mudanças de Sexo.


Kenji Mizoguchi, mestre do cinema japonês começou sua carreira como Oyama, nome que recebem os homens especializados em interpretar papéis de mulher. Curiosamente no japão existe um gênero chamado Takarazuka no que só atuam mulheres e no que, em alguns casos, também interpretam papéis masculinos.


Gorilas jogadores.


Na primeira película de Tarzan os gorilas eram na realidade uma equipe de futebol americano disfarçado para a ocasião, o Santa Mônica Football Clube, para ser exata.


O filme com mais palavrões.


"Scarface, a força do poder" (1983 - Brian De Palma), remake de filme homônimo de 1932 realizado por Howard Hughes, é o filme com mais palavras malsonantes, um total de 203, dando uma média de um palavrão a cada 29 segundos. "Fuck you, son of a bitch", na boca de Tony "Montana" é música. Não é um filme brasileiro, viram!


A primeira película sonora.


O potencial da nova tecnologia foi mal aproveitada no primeiro filme, a parte falada do filme "Jazz Singer" constava de apenas 3 cenas que não passavam de 10 minutos, naquele tempo os produtores acreditavam que ninguém poderia agüentar um filme com mais de uma hora de diálogo.


Cinema que cheira.

Em 1959 estreiou em Los Angeles "Scent Mistery" um filme de intriga no qual a chave do mistério estava na colônia do assassino, por isso foi utilizado uma nova tecnologia em sua projeção, o Arorama, que consistia numa máquina que aspergia toda a sala com uma fina camada de pó que simulavam os cheiros do filme. O problema é que já à metade da exibição tinha tanto pó no ar que ao final ninguém sabia que cena do filme estava cheirando.

Cinema Negro.


Na Hollywood dos anos 70 nasceu a moda da Blaxploitations, películas protagonizadas inteiramente por atores de negros. Teve um drácula negro, uma lolita negra e inclusive uma versão do Mago de Oz na qual estreava um rapazinho ainda negro: Michael Jackson.


A película mais cara.


É a versão russa de Guerra e Paz dirigida por Sergei Bondarchuck em 1968. Calculando o custo da inflacão, o filme precisou de um investimento de 560 milhões de euros.


O ator que mais papéis interpretou num mesmo filme.


Não, não é Eddy Murphy, foi o britânico Rolf Leslie, que encarnou 27 personagens diferentes em "Sisty years of a Queen". Seguem-lhe de muito longe o espanhol Paul Naschy com seus doze papéis no "Aullido do diabo" e Alec Guinness que fez 8 papéis, um deles feminino em "Oito sentenças de morte".


Francis Ford Copola


Começou sua carreira sob um pseudônimo dirigindo "Nudies", filmes eróticos. O mais famoso é "O bordel da montanha" onde Drácula, Frankenstein e o Homem lobo exercem seus poderes num prostíbulo. (Caraça! Muito hilário isso aqui!)


O autentico ganho...


... do cinema já não estão nas entradas, se não em todo o resto, pipocas, refrescos e demais guloseimas produzem 45% de seus rendimentos.


Para fechar com chave de ouro:


Casais Impossíveis.


O filme Alien vs Predator 2 traz à lembrança um gênero meio esquecido, o Crossover, que consiste em juntar dois mitos numa mesma história. Assim então o crossover já teve casais dos mais “interessantes”, tais como Drácula vs Frankenstein, Drácula vs Billy the Kid e inclusive Bruce Lee vs Emmanuelle um despautério onde não aparecia nem o Bruce Lee e nem a Sylvia Kristel e que misturava artes marciais com pornosoft (hahahahahahahahahaha).

Fonte: www.mdig.com.br

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O que é a baixa auto-estima cinematográfica no Brasil *

Este é um post puramente analítico e abstrato – assim como a maioria deles. É um “grito” diante de uma situação que, particularmente, acho absurda. Vamos ao prólogo. Não sei se é do conhecimento de todos, mas os brasileiros sofrem de uma grave baixa auto-estima cultural. No entanto, no grupo de intelectuais do nosso país este panorama é ainda mais brutal. Acredito que seja um problema histórico, com raízes nos idos dos anos 20. Período em que se copiava tudo de fora – roupas, cabelos, músicas, móveis, romances, tudo era “enlatado europeu”. Mas, pensando melhor, acho que começou muito, muito antes, mas deixa isso para uma outra análise.

O fato é que temos um olhar mais severo a respeito daquilo que é produzido aqui, do que com as coisas que vem de fora. Isso é facilmente comprovável. Procure conversar com os seus amigos sobre cinema. Faça a experiência – se já não fez – e me diga se estou errada. Toda esta autocrítica destrutiva se reflete no insucesso contínuo de bilheteria dos filmes nacionais dos últimos anos. Minha opinião é de que existe um círculo vicioso que é quase uma maldição na produção cinematográfica do nosso país. Nesse ponto, a questão mais importante é, sem dúvida, a nossa educação deformada, desmoralizada e dormente. Diante disso, está sendo criada uma cultura cruel de desvalorização das nossas produções. É impressionante como parece pesar mais ao bolso comprar um ingresso para assistir a um filme nacional. Frases como “Ah, se é para gastar dinheiro, não vai ser com filme brasileiro” são tristes de se ouvir.

Compõem este ciclo malévolo, as dificuldades encontradas na realização das produções. Característica que até já citei outras vezes: a polêmica questão do financiamento público, a transitoriedade vertiginosa da lei Rouanet e por aí vai... Diz-se que achar errado gastar dinheiro do governo em bens culturais é coisa de um povo que não dá valor à cultura, sem educação. A parte do sem educação, nem preciso comentar. Agora, façamos uma análise de quais são as faixas de poder aquisitivo frenquentam as salas de cinema no Brasil. Analisemos o quanto sobra para um brasileiro da classe C gastar com cultura. Dado importante: segundo um estudo publicado em abril do ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 93,7% da população de jovens do país não consome cinema. E aí, o que dizer a respeito disso? Não sobra dinheiro para ir ao cinema! E a classe média que tem o poder aquisitivo, na maioria das vezes prefere assistir coisas do tipo “American pie”. É essa a realidade. Fora deste contexto, há uma boa produção interna e de todo o mundo que só chega aos cinéfilos, que não pesam tanto nas estatísticas de um país como o Brasil.

Outro motivo para esta crise que vivemos chama-se pornochanchada. Na minha humilde e modesta opinião, esta tendência comercial com seu auge nos anos 70 é mais uma das heranças malditas do período da ditadura. Quero deixar bem claro que isto nada tem a ver com puritanismo. Só que não consigo ver neste tipo de produção nenhum valor estético. Absolutamente nenhum. Sabe aquelas coisas que poderiam não ter existido? Então. Histórias canhestras, enredo confuso, fotografia tosca... Aqueles que viveram intensamente esta época, guardam um ranço e acham que todo filme brasileiro é isso. E quem não viveu é, muitas vezes, contaminado por esta visão. E seguem os comentários que sempre se repetem: “Filme brasileiro só tem xingamento e put...”. “Para que eu vou assistir isso, é sempre a mesma coisa”.

Além de tudo isso, a fraca divulgação de produções tupiniquins fora do padrão globo (e às vezes mesmo dentro dos padrões, por mais incrível que pareça). Esses filmes ficam nos grandes cinemas por, no máximo, duas semanas. As salas que fazem a projeção por mais tempo se localizam em Botafogo, Leblon, Gávea... Localidades hiper populosas e freqüentadas por todos, não é? Para conseguir assistir um filme recente e super premiado com a atriz Leandra Leal “Nome próprio”, por exemplo, eu teria que ter corrido para os cinemas da zona sul. Não deu tempo.

Para ilustrar vamos aos [absurdos] números: No primeiro semestre de 2007, apenas um filme nacional constava da lista das dez maiores bilheterias do ano no Brasil, A Grande Família. Enquanto Homem-Aranha 3 levou mais de 6 milhões de pessoas às salas brasileiras, A saga da Família Silva (global) reunira pouco mais de 2 milhões. Somando as bilheterias dos 39 filmes nacionais lançados no primeiro semestre, chegava-se à soma de apenas 4,8 milhões de espectadores - o filme Lua Cambará foi visto por apenas 59 pessoas! Enquanto isso, segundo levantamento do Sindicato dos Distribuidores do RJ, no mesmo período os estrangeiros atraíram 43 milhões de espectadores. (Dados do site da revista Mundo Estranho, bem sugestivo!)

Quando inicio uma conversa com esta direção, as pessoas sempre me pedem sugestões de bons filmes brasileiros que não se utilizem apenas dos elementos batidos, também usados em qualquer cinema do mundo em abundância: palavrões, violência e sexo. Então, vamos lá, vou listar aqueles que eu lembrar: “Bicho de sete cabeças”, de Laís Bodanzky, “Amores possíveis” e “Pequeno dicionário amoroso”, de Sandra Werneck, “O auto da compadecida” e “Romance”, de Guel Arraes, “Quase dois irmãos”, de Lucia Murat, “Central do Brasil” e “Abril despedaçado”, de Walter Salles, “Houve uma vez dois verões”, “O homem que copiava” e “Saneamento básico”, de um dos meus favoritos Jorge Furtado, com restrições “Deus é brasileiro” e “Orfeu”, de Cacá Diegues, “Jogo de cena”, de Eduardo Coutinho, “Tropa de Elite”, de José Padilha. Entre muitos, muitos outros mesmo. Sejam produções de ficção ou documentários, existe muita coisa de qualidade que já foi feita, que está sendo feita e que está por fazer. O importante é manter “corações e mentes” abertos e tentar mudar aos poucos uma realidade de preconceito e aceitação de características de subcultura.

Para finalizar, reconheço todos os problemas que temos. Listei aqueles que acredito sejam alguns deles. Poderia escrever muito mais, afinal problemas não faltam. E reafirmo minha crença no poder contido no cinema. É um mecanismo que pode ser maravilhoso de diferentes maneiras, com diversas linguagens. Com um olhar mais aguçado, pode-se extrair um pouco de uma cultura sem sacrifícios. Mas é, acima de tudo, uma forma de expressão da subjetividade humana super importante. Com curiosidade e sensibilidade, o cinema pode auxiliar no amadurecimento, na formação de cada um como componente estrutural nesse mundo louco e efêmero. Sem mais delongas, é isso.

Desolé pour la botheration...

*Horas de conversa com pessoas inteligentes me motivaram a escrever este texto, algumas delas: Giuliana Santi, Wedis Martins e Layse Ventura.

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DA SÉRIE CLÁSSICOS: A Regra do Jogo, Jean Renoir

O filme é daqueles para não se esquecer nunca mais. Como muitos críticos sabiam antes de mim é definitivamente um clássico, considerado um dos dez melhores filmes da história do cinema (apesar de eu não acreditar neste tipo de ranking, é um dado valioso). A narrativa é uma crítica brilhante à sociedade européia antes da Segunda Guerra Mundial, só que com um humor que torna quase todos os personagens caricaturas. Jean Renoir é daqueles diretores que parecem estar com uma inspiração divina no momento de construir os planos de filmagem e ordenar os diálogos. Sabe aquelas frases consideradas lapidares e que viram representantes de um período da história? Ele consegue isso e mais. Faz os espectadores darem gargalhadas com diálogos e situações absurdas e divertidas.


Com um discurso moral muito à frente de sua época – o filme seria inovador até hoje, a história aborda exatamente o que diz o título “as regras do jogo”. Tenta explicitar como funcionam os mecanismos para uma convivência “de classe” entre homens e mulheres, marido e esposa, e patrões e empregados. A sinopse é a seguinte: “O aviador André Jurieux bateu recordes de vôo, mas só consegue pensar em sua amada Christine, mulher do aristocrata Robert de la Cheyniest. Jurieux consegue com um amigo um convite para a casa de campo em que o casal está dando uma grande festa de caça. Os sorrisos cordiais dos convidados escondem, porém, segredos e sentimentos, e o resultado disso é um assassinato”. Como toda sinopse que se preze não diz quase nada e ainda conta o final do filme.


Uma das frases marcantes da brilhante construção textual é da personagem Geneviève. A amante do Marquês Robert de la Cheyniest ao se deparar com seu desprezo solta: “Luta-se contra o ódio, nunca contra o tédio”. No decorrer da trama, se desenrola um jogo sórdido de aparências e “pasteladas”. Um senhor nobre e distraído, presente à festa na casa do casal central, representa o elo que amarra o enredo. Quando Christine disfarça seu antigo romance com o aviador, no início da festa, ele dispara: “Ela é uma mulher de classe”.

Um dos grandes momentos é o diálogo entre a esposa e a amante do marquês. Depois de soltar uma série de declarações ardilosas e tensas, Christine diz que “gente sincera demais atrapalha”, se referindo ao seu antigo amor, André. É importante chamar a atenção para a forma estereotipada como são construídos os personagens. Temos o alemão nervoso e violento, mas passado para trás. Quase todas as mulheres têm um tipo de histeria exagerada. O empregado servil. O malandro impagável de nome Merceau, suas expressões faciais e frases de deboche são divinamente engraçadas.


Em um jogo onde segundo seus próprios jogadores afirmam que “todo mundo mente”, conseguimos observar o drama de um herói que tenta seguir regras, que não as do fingimento. O amor que ele sente acaba se tornando pequeno diante das argúcias demonstradas por cada um dos joueurs. A frase final sentencia, ao ver as mentiras do marquês encobrindo o assassinato, o mesmo senhor nobre e distraído reitera: “Ele é um homem de classe”. Este sim, é um filme de muita classe.

Desolé pour la digression...

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