tag:blogger.com,1999:blog-68745468430432127762024-03-12T23:47:23.402-03:00CinemusiqueTamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.comBlogger54125tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-17652066285454509742013-03-25T16:15:00.001-03:002013-03-25T21:23:14.682-03:00A heresia de não gostar dos mestres<br />
É, voltei de novo. Mais um período sabático termina hoje. E o papo é sobre os grandes mestres. No mundo da música e do cinema, é tendência que, de tempos em tempos, sejam eleitos bastiões para o mundo das artes. Aqueles caras que a maioria admira e produzem trabalhos que realmente marcam a sociedade de alguma forma, os criadores de estilo.<br />
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Existe uma lista destes nomes tanto no cinema (Kubrick, Almodóvar, Chaplin, Glauber Rocha, Woody Allen, Bertolucci, Scorsese, Kar-Wai, ...) quanto na música (Beatles, Chico Buarque, Led Zeppelin, Roberto Carlos...). Adendo: acredito que entre os cantores e compositores seja mais difícil a tarefa de encontrar unanimidades.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSdifZUdIdpWhyphenhyphenrqPxqtDhe2jZwtPIaGCGqChLNEQnf3XJLJqVKJRBbvIet4oYKPchd5GHhzURKC_SAKIRb0YOYtf6gb9QCc2o-oqnGCftlioz1XfZ9dvGCruG665xMYzjiCFy6CHgH2bU/s1600/woody_allen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSdifZUdIdpWhyphenhyphenrqPxqtDhe2jZwtPIaGCGqChLNEQnf3XJLJqVKJRBbvIet4oYKPchd5GHhzURKC_SAKIRb0YOYtf6gb9QCc2o-oqnGCftlioz1XfZ9dvGCruG665xMYzjiCFy6CHgH2bU/s400/woody_allen.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Você tem todo o direito de achar as piadas do Woody Allen sem graça. Fato. Mas eu amo! | Foto: Reprodução Internet</td></tr>
</tbody></table>
E de vez em quando rola aquela conversa: - Você não gosta deste filme do Kubrick? - Po, cara... nem curto muito. - Que isso, você é um herege! OU<br />
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- Ah, realmente, o Roberto Carlos das antigas era excelente. - Eu nunca gostei dele... - Sério? Tu não entende nada de música.<br />
<br />
Eu provavelmente já falei isso em alguma ocasião (não sobre o Roberto Carlos, porque pelo amor de Deus, né?). E digamos que é pretensioso. Assim como as críticas a um suposto fim da cultura popular porque a maioria das pessoas escutam o que você não gosta.<br />
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O lance é se encontrar. O mais gostoso das manifestações artísticas é exatamente poder procurar o que melhor te representa, o que te faz sair da monotonia da vida real. Sinta-se à vontade para odiar Beatles na minha frente (mesmo que no meu íntimo eu odeie você por alguns segundos, vou respeitar, juro).<br />
<br />
Você tem o direito de achar "2001 - Uma Odisseia no Espaço" um saco, de detestar toda a obra do Gláuber Rocha sem parecer aculturado. Na cultura há espaço para tudo e a busca pelo seu espaço é eterna e uma delícia. E, se ainda não ficou claro, reitero: detesto Roberto Carlos. Acho importante e relevante como um grande nome da cultura brasileira, mas acho chato. E tenho dito.Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-42144768761116497112012-11-23T15:12:00.000-02:002012-11-27T15:47:24.618-02:00Pequenos tesouros #2: Drive<i>Drive</i>, filme de 2011 do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn é baseado no livro do escritor James Sallis, publicado em 2005. Em cada fotograma é uma obra-tributo a, principalmente, um tipo de personagem ou arquétipo de Hollywood: o homem sem nome, de poucas palavras e olhar vago que, no final, se torna um herói e salva o dia geralmente sacrificando algo (sua liberdade, seu futuro ou mesmo sua vida).<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3-_rnAgFHdlkcWslGgyt-hPlW1W_TXpwdVl17P97wG2nbAp3h-m3R3leAKCy_ejKvBUAy5K-M0eKLvxnjxoxu4L56i9lFusJUPFoS7bb7iQvCdbLpqfqFEH5fMMkPATeKm8ZS5Aiyono/s1600/signalnoise-drive-movie-poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3-_rnAgFHdlkcWslGgyt-hPlW1W_TXpwdVl17P97wG2nbAp3h-m3R3leAKCy_ejKvBUAy5K-M0eKLvxnjxoxu4L56i9lFusJUPFoS7bb7iQvCdbLpqfqFEH5fMMkPATeKm8ZS5Aiyono/s320/signalnoise-drive-movie-poster.jpg" width="210" /></a></div>
Muitos atores graúdos já interpretaram tais figuras: Lee Marvin, Ryan O'Neal, Steve Mcqueen e Clint Eastwood, este com mais destaque na famosa Trilogia de Sergio Leone. Entre caubóis, matadores de aluguel e ladrões, o motorista encontra seu espaço na galeria por meio de Ryan Gosling. O próprio O'Neal interpretou um semelhante em <i>The Driver</i>, de Walter Hill, uma das fitas que serviram de inspiração para <i>Drive</i>.<br />
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Mas a película não fica só na homenagem, sendo um exercício de estilo revigorante do gênero. Há momentos de ação e perseguição permeados por constante tensão, que ficam em segundo plano mediante ao ritmo controlado imposto pelo diretor desde o início, com a sequência de fuga mostrada como um jogo de gato e rato. Era possível recorrer a uma abordagem clássica e dar o que a audiência esperava , mas Winding Refn prefere entregar ao espectador quem é o personagem atrás do volante.<br />
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É preciso frisar que o diretor presta reverência à Hollywood, temos um dublê como protagonista, além de mecânico de dia e piloto de fuga à noite, agindo para quem pagar o preço, sob rígidas regras de conduta.<br />
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Quando conhece e se apaixona gradualmente (mas rapidamente) pela garçonete Irene (Carey Mulligan, em atuação discreta), que cuida do filho Benício, fruto de seu relacionamento com Standard (Oscar Isaacs, competente), que está preso, somos levados à jornada de redenção e desconstrução da moral do Motorista.<br />
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="225" src="http://www.youtube.com/embed/CWX34ShfcsE" width="400"></iframe>
Quando decide ajudar Standard a se livrar de uma dívida com criminosos, começa o primeiro conflito do protagonista, ainda que opaco. A recusa de um trabalho a um desconhecido seria o rompimento óbvio com o universo que o Motorista gravitava.<br />
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Paralelamente, para ajudar Shannon (O ótimo Bryan Cranston) o dono da oficina mecânica, se envolve em um projeto com os mafiosos, não por acaso, judeus, Nino (Ron Perlman, confortável) e Bernie Rose (Albert Brooks, o grande injustiçado no Oscar do ano passado).<br />
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Daí em diante, <i>Drive </i>se desenvolve acompanhando o herói que muda sua moral enquanto perde o controle das situações ao redor, amparado pela mão segura de Winding Refn, até a reviravolta na memorável e bela cena do elevador. Muda-se a moral, mas não a natureza. A jaqueta de escorpião não é mero objeto, afinal de contas.<br />
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Tecnicamente, <i>Drive</i> não é perfeito e nem almeja a condição. Se a intenção é fazer justiça à produções semelhantes do passado, entrega um misto interessante de iconografia clássica com a paixão pelos anos 80, sem enxergar a década como uma Festa Ploc. As luzes, muitas, a trilha sonora (excelente), os diálogos controlados.<br />
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Entre a celebração da estética e um roteiro puramente simples, temos um grande filme, daqueles que ocupam as lembranças para além de sua época.<br />
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="300" src="http://www.youtube.com/embed/-DSVDcw6iW8" width="400"></iframe>Thiagohttp://www.blogger.com/profile/03704381593941819005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-88314120263045406562012-10-22T00:16:00.000-02:002012-10-22T00:29:17.013-02:00Um Festival do Rio não aproveitado: as aventuras de ver um filme muito ruim<br />
Não sei se ainda posso dizer que sou cinéfila, estou no meio de uma crise "existencial" com o cinema. As mudanças, a falta de tempo, as viagens... tudo isto está tirando substancialmente o tempo que dedico a assistir filmes, ler sobre a sétima arte, conversar sobre os rumos das telas. Pode parecer frescura - e provavelmente é -, mas é assim que me sinto.<br />
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Um dos símbolos da minha falta de atenção com a efervescência da minha área favorita no mundo das artes foi minha quase total ausência de qualquer coisa ligada ao Festival do Rio, além do longo tempo sem postar no blog. A falta de envolvimento chegou a tal ponto, que confundi o resultado do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro com o do Festival, em uma leitura rasa.<br />
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Mas enfim, este não é um texto-penitência, escrevo para contar a experiência de assistir um filme que entrou para o TOP-10 dos piores que já vi na vida. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, de vez em quando, gosto de entrar em uma sala de cinema sem ter todas as informações sobre o que vou assistir, meio que às cegas. E foi o que aconteceu no caso do único filme que consegui ver do Fest-Rio: "Los Chidos".<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxqFk17had1dwCvXaIsVKigIoa3oFIwDXW9iaB36IqSujhEk8FFRRZ-GCJnicUpJumCfEq7YyclyL-sffd5f9w9b7mpL9-3bIOoTUpdi1wIk01TFBa8P7nfzgxYTN6zK04N_Rufmb1aE5m/s1600/chidos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxqFk17had1dwCvXaIsVKigIoa3oFIwDXW9iaB36IqSujhEk8FFRRZ-GCJnicUpJumCfEq7YyclyL-sffd5f9w9b7mpL9-3bIOoTUpdi1wIk01TFBa8P7nfzgxYTN6zK04N_Rufmb1aE5m/s400/chidos.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma das cenas de confusão, gritaria, música alta e nenhum sentido de "Los Chidos"</td></tr>
</tbody></table>
Saí da sala do Estação Botafogo sem saber o que pensar. Mas insisto que mesmo as experiências ruins - e até as péssimas - carregam um grande aprendizado que, em alguns casos, precisamos de um segundo olhar, mais acurado, para assimilar. "Los Chidos" é uma película que aborda a vida de uma família de Guadalajara que "administra" uma borracharia, mas que prefere passar o tempo comendo tacos e vendo televisão.<br />
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Uma crítica em espanhol da Associated Press, que entrevistou o diretor da obra Omar Rodríguez López, ressaltou alguns pontos nos quais vi muitas semelhanças com os intentos de muitos diretores de cinema Brasileiros.<br />
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O filme é uma pretensa crítica ao machismo, à homofobia e à violência contra as mulheres da sociedade latina. Abusando de piadas de humor para lá de duvidoso e uma narrativa esquizofrênica e barulhenta, o lance é chocar, o tempo inteiro. Na parte do "a realidade é suja e nojenta, então quero jogar isto na sua cara da forma mais repulsiva possível", eu lembrei vivamente de tudo que já assisti do diretor brasileiro Cláudio Assis.<br />
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Mais especificamente, esta "ousadia" para lidar com temas considerados tabus da sociedade, me lembrou o filme (que acho desprezível, particularmente) "Baixio das bestas". O filme de López é uma comédia e, realmente, houve muitas risadas durante a exibição, só que a maioria delas era de nervoso... Até cena de coprofilia (só o Google salva) rolou.<br />
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Minha opinião é a seguinte: a crítica pode se tornar um véu que justifique um filme grosseiro e, muitas vezes, de qualidade ruim. O pseudo trash estilizado - caso do filme mexicano em questão - pode ser simplesmente uma obra de mau gosto. A questão de "tocar na ferida" de temas caros à sociedade nem sempre produz um filme atraente, interessante.Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-88142744848286558852012-09-08T21:28:00.001-03:002012-09-09T21:26:17.200-03:00Pequenos tesouros #1: SubmarineCom esta postagem, inauguramos uma mini-sessão dentro do blog. Por quê Pequenos Tesouros? Para se enquadrar na categoria, o filme em questão não deve figurar em lista de clássicos (afetivos, como <i>Os Goonies,</i> ou incontestes, como <i>Cidadão Kane</i>) e, infelizmente, não ser conhecido por muitas pessoas fora do seu país de origem. As outras condições são, surpresa, a obra ser merecedora do apreço dos cinéfilos e merecer ser conhecida por muito mais gente.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Posto isto, vamos lá. Escolhi um filme de estreia de um diretor (e também ator, roteirista e comediante) inglês chamado Richard Ayoade. Nunca ouvir falar? Eu também não. Conheci <i>Submarine </i>(Reino Unido, 2010, 97 min) quando amigos me indicaram o trabalho solo do cantor/compositor e guitarrista do Arctic Monkeys, Alex Turner. Como apreciador do trabalho dos macacos, fui checar e descobri que as canções foram feitas para a trilha sonora do longa. As faixas são, na verdade um EP, com apenas seis músicas e duração de 20 minutos. Gostando delas, fui ao filme.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA5WXANu28JNn8KUolHG_rnvEDfmzFdkBO6tG8-k23gjOlx2-6Yuw3Y3KLzqGLcs2LhZkfwMPeaUkeQgyXKDgsJi5QWrOrRbWf_AC1X6-sbnhUWNr5PF-rBwQEwOHM8JWr9ddDoOURyfQ/s1600/sub.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA5WXANu28JNn8KUolHG_rnvEDfmzFdkBO6tG8-k23gjOlx2-6Yuw3Y3KLzqGLcs2LhZkfwMPeaUkeQgyXKDgsJi5QWrOrRbWf_AC1X6-sbnhUWNr5PF-rBwQEwOHM8JWr9ddDoOURyfQ/s320/sub.jpg" width="320" /></a></div>
<i>Submarine </i>é uma comédia-dramática baseada no livro homônimo de Joe Dunthorne, lançado em 2008 na Inglaterra. A história se passa em meados dos anos 80 e acompanha a trajetória de Oliver Tate (Craig Roberts, vindo de filmes feitos para a TV britânica), um adolescente que mora em uma cidadezinha litorânea no País de Gales e convive com pais um tanto distantes entre si, Loyd e Jill Tate, interpretados pelos ótimos Noah Talyor (de <i>Shine, Quase Famosos e Vannila Sky</i>) e Susan Hawkins (<i>O Sonho de Cassandra, Educação) </i>enquanto se apaixona pela garota-problema do seu colégio, Jordana (Yasmin Paige, também egressa de série de TVs).<br />
<br />
Quando um novo vizinho chega, o guru Graham Purvis (Paddy Considine, excelente, de <i>A Festa Nunca Termina, A Luta pela Esperança</i>) um antigo caso da mãe de Oliver chega ao pacato bairro onde vivem, as bases para o filme estão lançadas. E a história caminha por esses dois pólos, mostrando como Oliver lida com as situações apresentadas. Não vou dar spoilers, mas posso adiantar que o desenvolvimento foge bastante das soluções convencionais do cinema e clichês do gênero. Ou seja, espere humor ácido, típicos dos britânicos, e momentos densos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4yMDodvroK5dkIGafY3ebFME1mxhFCVKKJdBsyHc2_AIAUT4Wu6pcaNs8MJ26azHFWbCy5MsdWAjhGlRGCkYVkrMKbXGPAxw8wjSK03xLt2rXs7PT81NG8nGYakTX_DCzGDX7tw23DTI/s1600/jdiff-submarine-movie-culture.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4yMDodvroK5dkIGafY3ebFME1mxhFCVKKJdBsyHc2_AIAUT4Wu6pcaNs8MJ26azHFWbCy5MsdWAjhGlRGCkYVkrMKbXGPAxw8wjSK03xLt2rXs7PT81NG8nGYakTX_DCzGDX7tw23DTI/s320/jdiff-submarine-movie-culture.jpg" width="320" /></a></div>
Voltando à trilha, a jornada de Oliver é permeada pelas canções de Alex Turner e os arranjos orquestrais de Andrew Hewitt, ambos amigos de longa data do diretor. As canções e intervenções acidentais caem como uma luva para os momentos da fita. As orquestrações de Hewitt geralmente marcam pontos de virada, momentos mais dramáticos ou mesmo o fim de um arco. Já as músicas de Turner embalam os encontros e desencontros de Oliver, seus pensamentos e viagens etéreas. Essencialmente, violão e voz são acompanhados discretamente por bateria, baixo e teclados. E funciona que é uma beleza.<br />
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O filme bem recebido por crítica e o parco público fora do Reino Unido. Richard Ayoade foi indicado ao BAFTA por Melhor Estreia e <i>Submarine</i> arrecadou o dobro do seu custo de produção. Já vimos histórias de crescimento/amadurecimento/auto-conhecimento/amor antes, mas aposto que poucas delas vão te fazer abrir um sorriso largo no fim. Como encontrar um pequeno tesouro.<br />
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="236" src="http://www.youtube.com/embed/P-WCCdkVDr4" width="420"></iframe>
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Bateu a curiosidade?<br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=llxOFbyqy98">Clique aqui para ver o link do filme completo e legendado no Youtube</a> (É só clicar na legenda em português, esta lá)<br />
<a href="http://novafile.com/tdyvim88iyzs">Clique aqui para baixar a trilha sonora</a> (Escolha Regular Download e espere um minutinho)<br />
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<br />Thiagohttp://www.blogger.com/profile/03704381593941819005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-38707560280931091602012-09-01T17:19:00.002-03:002012-09-01T17:19:45.191-03:00E quando o sexo é reducionista? O sexo no cinema é um assunto que dá pano para manga. Dificilmente, o tema está completamente ausente de algum filme. Seja em forma de piadas, insinuações, mentalizações, ou efetivamente em cenas coreografadas e feitas para mexer com a libido dos espectadores. Eu arrisco dizer que a relação sexual está presente em 90% das produções cinematográficas de todo o mundo de alguma maneira.<br />
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Até aí, não há nada demais. Afinal, é algo concernente à natureza humana e é disso que os filmes tratam. Acontece que o sexo é impulso, assim como a violência - é só lembrar dos instintos de vida e de morte freudianos. A atração gerada por estes temas é algo praticamente incontrolável, um nível abaixo (ou acima, depende do ponto de vista) de emoções mais elaboradas, que surgem a partir de um repertório da vida.<br /><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7iwuFLxtJzQSnu1DB1qIyRLxnI0IkIDiObkTwL0bcgRgfddTB3pYgpyKBbb6Q-aiUy9omZaQNC8RKISGgA5U4ypaM8U00KCsDgnTyNOJQsEh2DDv3Rw2f0T-y2fi0Xfs-xgbeL4mr8nQd/s1600/ma+educacao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7iwuFLxtJzQSnu1DB1qIyRLxnI0IkIDiObkTwL0bcgRgfddTB3pYgpyKBbb6Q-aiUy9omZaQNC8RKISGgA5U4ypaM8U00KCsDgnTyNOJQsEh2DDv3Rw2f0T-y2fi0Xfs-xgbeL4mr8nQd/s320/ma+educacao.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena de 'Má Educação', com Enrique (Fele Martínez) e Ignacio (Gael García Bernal)</td></tr>
</tbody></table>
É claro que existe uma lista enorme de filmes que souberam usar este tipo de estímulo para contar uma história de forma magistral. E é claro, da mesma forma, que existem filmes que não tem interesse em contar história alguma, pois esta é o pano de fundo para o que realmente os interessa: as cenas de sexo. Na primeira categoria, posso destacar os excelentes "E sua mãe também", "Má educação" (Almodóvar), "Namorados para sempre" (Derek Cianfrance), entre centenas de outros. Já na segunda, temos os soft porn nível Emmanuelle, e outros (milhares) que mascaram seus objetivos voyeristas em uma trama "dramática".<br />
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Podemos colocar nesta segunda lista quase toda a produção das pornochachadas brasileiras, mas não é somente no Brasil que isto ocorre. Para ilustrar o que quero dizer com a postagem, vou usar a produção britânica "9 canções". Sua história gira em torno das lembranças de um climatólogo sobre um relacionamento com uma estudante norte-americana durante um festival de rock em Londres.<br /><br />
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/Pbg5Kuvd29E" width="420"></iframe>
<br />As cenas explícitas de sexo são várias durante a narrativa. Que fique claro que não sou moralista e sei que o mercado é forte para produções deste tipo. O que quero dizer é que (se preparem para a metáfora) o sexo em "excesso" para um filme é como eucalipto em uma plantação. Não há espaço para nenhuma outra emoção. No caso do citado filme, por exemplo, as músicas se tornam esquecíveis e descaracterizam o próprio título. Torna-se um filme feito para excitar, o que não é necessariamente negativo quando é o que o público busca, mas é reducionista. Como o próprio trailer do filme ressalta é um "cinema sensação", mas vazio de sentido.<br />
<br />
Na Internet, uma rápida busca sobre o filme, nos traz uma série de afirmações que apontam para toda a sexualidade e como ele é inovador no realismo nas cenas. E só. É tratado como uma obra de teor erótico rico - o que não é possível negar - e compartilhada como pornografia em diversos sites de origem duvidosa. É vazio, limitador. O diretor Michael Winterbottom construiu uma obra experimental que quando sai da cama perde o sentido. Assim como diversas outras.Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-18708517835452182772012-08-12T23:32:00.003-03:002012-08-12T23:32:41.581-03:00Um ensaio sobre os clichês do cinema<br />
O clichê costuma ser demonizado pelos críticos mais tarimbados. Volta e meia, quando o objetivo é detonar uma obra cinematográfica, escreve-se: "o filme é repleto de clichês". Meu texto vem na contramão para dizer: o clichê é extremamente importante para o cinema, assim como para a arte em geral.<br />
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É claro que o exagero não é bem-vindo. Mas, afinal, quando o excesso cai bem? É raro, muito raro. No entanto, é praticamente impossível construir a narrativa de um longa-metragem escapando todo o tempo dos clichês. Seria uma tarefa ingrata e chata. O termo define a utilização de repetições que ajudam a passar uma mensagem de forma mais simples, facilmente inteligível.<br />
<br />
O amor é clichê. A luta pela vida é clichê. O óbvio é a linha que costuma formar a unidade narrativa. O cinema americano, de tradição comercial incontestável mesmo para os antiamericanos, é conhecido por ter uma produção baseada em esquemas desde o período clássico (1920), incluindo aí o "happy ending".<br />
<br />
Que fique claro, estou falando de um cinema comercial. Aquele que atrai uma multidão às salas e cria um mercado forte até mesmo para a produção independente (que não deixa de ter seus chavões também). O cinema é uma arte, mas também é um jogo que envolve dinheiro, entretenimento massivo, planejamento.<br />
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<b>Relembre a abertura do "Rio" de clichês que encantou boa parte do mundo!</b> (E perdemos o Oscar, de novo...)<br />
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="236" src="http://www.youtube.com/embed/k6mzrQf_bzs" width="420"></iframe>
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O interessante é saber usar o lugar-comum como parte e não como o todo. O filme "Rio", do diretor Carlos Saldanha, foi muito criticado (fonte: entreouvidos) por tratar a Cidade Maravilhosa sob o tripé: carnaval + mulata + belezas naturais. Mas, digamos, que fugir disto em um desenho construído para representar a imagem do Rio internacionalmente era praticamente impossível.<br />
<br />
É claro que eram estereótipos sendo reproduzidos na tela grande, mas nada ofensivo e burro. É um elemento facilitador (e, sim, por vezes limitador), mas a comunicação precisa disso. Para ilustrar o que digo, segue abaixo um lista (pseudoengraçadinha) com alguns dos principais chavões presentes nas películas norte-americanas, leia-se Hollywood (sobrando para quase todos os outros países).<br />
<br />
1 - Ódio entre homem e mulher = atração sexual irresistível.<br />
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2 - Investigações policiais e detetivescas começam por casas noturnas.<br />
<br />
3 - Após ser espancado impiedosamente por seus adversários, os fortões dos filmes de ação não aguentam ter seus ferimentos limpos pela mulher amada.<br />
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4 - Após as batidas, os carros sempre explodem.<br />
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5 - Romances com promessas de amor eterno são interrompidos pela menor presença de alguém minimamente atraente (mas com um temperamento insuportável).<br />
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6 - A tosse é normalmente o sinal de uma doença fatal.<br />
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7 - Todas as bombas estão equipadas com relógios que dizem exatamente quando irão explodir.<br />
<br />
8 - Inimigos preferem esnobar e ridicularizar os protagonistas antes de matá-los (até que alguém chegue para salvá-los).<br />
<br />
9 - Um barulho em um local escuro, úmido e assustador sempre deve ser investigado de perto, de preferência sem companhia.<br />
<br />
10 - Os finais românticos são obrigatoriamente preenchidos por uma tomada panorâmica a partir do beijo. A câmera se afasta e os créditos surgem.<br />
<br />
11 - Mesmo sem norte-americanos em cena, todos preferem falar inglês.<br />
<br />
12 - Ao conduzir um carro é normal não olhar para a estrada, mas sim para a pessoa do lado durante toda a viagem (essa é clássica e citada no "Fabuloso destino de Amélie Poulain"). E dirigir em linha reta exige que o volante seja movimentado para a direita e para a esquerda.<br />
<br />
13 - Empregos fazem os pais esquecerem a data do aniversário dos filhos carentes.<br />
<br />
14 - Fugas desesperadas de carro sempre esbarram em blitzes da polícia.<br />
<br />
15 - Pessoas boas não podem ficar solteiras ao fim do filme (esta me afeta pessoalmente hehehehe). Ah, e todas as mulheres solitárias têm um gato (de novo).<br />
<br />
16 - Os babacas, no fundo, são super sensíveis e vão acabar se tornando o grande amor da vida das mocinhas.<br />
<br />
17 - Cães farejam quem são as pessoas ruins.<br />
<br />
18 - Aeroportos são os locais exatos para as reconciliações amorosas, principalmente se o voo de quem vai viajar for chamado.<br />
<br />
19 - Em filmes sobre esportes, o último ponto/gol/cesta é feito exatamente no último segundo da partida, após uma inferioridade evidente em todo o resto do tempo.<br />
<br />
20 - O bandido vai disparar 200 vezes, mas o mocinho sempre será atingido apenas por um tiro e ele será no ombro ou na perna.<br />
<br />
(Alguns itens da lista foram retirados do site: <a href="http://www.mdig.com.br/">http://www.mdig.com.br/</a>)Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-63880388077444379242012-07-31T14:01:00.001-03:002012-07-31T14:01:51.581-03:00Vício: Top 5Listas. Para alguns, apenas um amontoado aleatório de nomes ou coisas que não significam nada. Para outros, definição de personalidade. Se você já leu <i>Alta Fidelidade </i>de Nick Hornby ou assistiu a adaptação para as telonas com John Cusack no papel de Rob Fleming, dono de uma loja de discos que vive fazendo Top 5, e se identificou, parabéns: você também é um viciado em listas.<br />
<br />
Não sou detalhista como o personagem de Hornby, mas gosto de fazer listas para música (discos ou faixas), filmes e livros. Como a música ocupa um espaço importantíssimo nos meus afazeres, o objetivo desse post é mostrar, através de um Top 5, o que há de melhor nas produções brasileiras atualmente, compilando faixas deste primeiro semestre. Sem ordem de preferência (mas em ordem alfabética), ei-los:<br />
<br />
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Apanhador Só - Paraquedas: Lançada em um compacto de mesmo nome, no <a href="http://www.apanhadorso.com/paraquedas/">site oficial da banda</a>, a faixa-título mostra uma guinada interessante na carreira do quarteto, que aqui investe nas texturas e climas. Bom aperitivo para o segundo álbum.<br />
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/3z49B3AFCQI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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Curumin - Passarinho: Curumin lançou a música no disco <i>Arrocha</i>, um dos favoritos desta casa. Mistura com classe o suingue de Jorge Ben (antes do Jor) e uma levada pop irresistível (vai dizer que você não consegue fechar os olhos e imaginar tocando na novela das 20h?) fechada em arranjos bem cuidados.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/sX7RrDwmV2c?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
Emicida - 9 Círculos: O rapper Emicida flerta com o mainstream sem perder a veia articulada da crítica social. A música, gravada para um videogame, mostra o espectro de influências que vão de citações à Legião Urbana até o chamado miami bass que deu origem ao funk carioca. Certeira.<br />
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/uVALGnoEw0w?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
Letuce - Medo de Baleia: Formada por um casal, Lucas Vasconcellos e Letícia Novaes, o Letuce mistura na faixa sem deixar cair pop, rock permeado por experimentalismo e trip-hop em uma linguagem sedutora. Ouça <i>Manja Perene</i>, o segundo disco, e comprove. Afinal: "<i>soluço também passa quando ele fica afim".</i><br />
<i><br /></i><br />
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/U1Tq7JbXRHg?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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SILVA - 2012: Vindo direto do Espírito Santo, SILVA é projeto de Lúcio Silva de Souza, que cuida dos sintetizadores e da voz, sendo acompanhado por um baterista ao vivo. Filha de Guilherme Arantes e Ivan Lins (com méritos), a canção parece resumir o espírito deste ano e carrega um dos refrões mais bonitos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/HcpDfQKkGy0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />Thiagohttp://www.blogger.com/profile/03704381593941819005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-56928386938108859422012-07-13T11:01:00.000-03:002012-07-14T02:11:50.596-03:00O Espetacular Homem-Aranha<br />
<i>"Precisamos falar com honestidade para as pessoas. Não há nada mais importante do que isso"</i> Hanif Kureishi<br />
<br />
A frase do escritor inglês dita na Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), dentre muitas de que recebi através de relatos de amigos presentes, cabe perfeitamente para definir O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spiderman).<br />
<br />
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</div>
O filme de Marc Webb (<i>500 dias com ela</i>), um reinício para a trilogia de Sam Raimi iniciada em 2002, já gerou burburinhos antes mesmo de sua concretização. Refilmar uma história contada 10 anos antes? É mesmo necessário?<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfQH_vYa8japLfGhz1eXinrAJwdHkH3BQaKnon9QgiLe24zF0-3Tex_dzG1nrxF1sMb47JswfstEQR9PiJ5E3ZTDSg_DTkBfMSmGaXJY3BhZmH-Fu9JHDrmS87d58k_qjLh43hUCZ725k/s1600/amazing-spider-man-movie-poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfQH_vYa8japLfGhz1eXinrAJwdHkH3BQaKnon9QgiLe24zF0-3Tex_dzG1nrxF1sMb47JswfstEQR9PiJ5E3ZTDSg_DTkBfMSmGaXJY3BhZmH-Fu9JHDrmS87d58k_qjLh43hUCZ725k/s320/amazing-spider-man-movie-poster.jpg" width="233" /></a></div>
<span style="background-color: white;">A trilogia do Aranha de Raimi tem um ótimo início, um segundo filme ainda melhor e um dos finais mais decepcionantes para os fãs do personagem e de cinema, com uma história muito aquém do potencial desenvolvido nos primeiros.</span><br />
<br />
Histórias de bastidores dizem que a pressão dos produtores sobre Raimi foi sufocante, o que fez o diretor perder a mão e abrir uma série de concessões, incluir um vilão não planejado e retocar o roteiro no arco final, o que resultou num filme confuso e sem alma.<br />
<br />
Os fãs reclamaram que a história de Peter Parker com Mary Jane e a utilização de Gwen Stacy ficou em segundo plano, justo a parte mais interessante do contexto e com maior potencial, culminando num desfecho bobo, insosso. Baseado nisso, não ia demorar muito para que os produtores quisessem recontar a história do cabeça-de-teia nas telas novamente.<br />
<br />
<b>História de amor e de pessoas</b><br />
<br />
O mote que guia Peter Parker/Homem-Aranha é sobre fazer escolhas. Qualquer decisão nossa leva a um caminho, às vezes inesperado e surpreendente. O pulo do gato é saber o que fazer com os resultados.<br />
<br />
Weeb sabe exatamente o poder de suas escolhas. Várias passagens de O Espetacular Homem-Aranha homenageiam o original de Sam Raimi, mesmo porque o material disponível era praticamente o mesmo, mas com um senso muito mais humano e emocional.<br />
<br />
Como história de origem, o filme é mais fiel aos quadrinhos que a estreia cinematográfica. Muita gente não sabe, mas o primeiro amor de Peter Parker antes de Mary Jane, foi a loirinha Gwen Stacy, sua colega de faculdade nos quadrinhos. <span style="background-color: white;">Nos filmes de Raimi, essa etapa é pulada, com a conclusão introduzindo e subaproveitando a personagem, uma opção bastante infeliz, dada a importância dela para o universo do aracnídeo. </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCUvYtP7AmUkcUwHAUwNdBdt4o9xXt8caD4jLk5v429zFGe32gjY4j4wgLMoo-zqXHltLyCji6JwgitWXZyaPDUBU0mTv41N0vGQW9-IMX1Xr3eCydZqJmmoCOENoHdws85DiThKu-n7A/s1600/spider_man_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCUvYtP7AmUkcUwHAUwNdBdt4o9xXt8caD4jLk5v429zFGe32gjY4j4wgLMoo-zqXHltLyCji6JwgitWXZyaPDUBU0mTv41N0vGQW9-IMX1Xr3eCydZqJmmoCOENoHdws85DiThKu-n7A/s400/spider_man_1.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="background-color: white;">Aqui, as motivações e escolhas de Peter que o transformam em Homem-Aranha, por exemplo, são mais críves. O mérito é do ator Andrew Garfield (o Eduardo Saverin, de </span><i style="background-color: white;">A Rede Social</i><span style="background-color: white;">), que entrega um personagem profundo e carregado de angústias, mais trabalhado que o de Tobey Maguire.</span><br />
<br />
Desde o início (preste atenção na sequência de abertura) temos um garoto que busca se encontrar o tempo todo. À medida que vai fazendo suas escolhas, para o bem ou para o mal, Parker vê todas as consequências delas.<br />
<br />
Ao contrário do personagem de Maguire, Garfield não tem esperanças de pertencer a um lugar/ambiente mas luta para provar a si mesmo suas capacidades.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="background-color: white;">A mola da trama é o crescimento de um adolescente, com todas as transformações (literalmente) envolvidas enquanto tenta conquistar a garota que ama. Uma história comum, uma das razões pelas quais nos identificamos com o personagem.</span><br />
<br />
Voltamos, então, a Gwen Stacy (Emma Stone, de <i>Superbad</i>, <i>Histórias Cruzadas</i>), o interesse amoroso. Gwen é uma garota mais cativante que Mary Jane Watson (Kirsten Dunst) que, no primeiro filme, ficou praticamente reduzida ao papel de donzela em perigo.<br />
<br />
A relação que eles desenvolvem ao longo dessa reestreia é muito mais verdadeira e tangível. A química entre os atores é tão boa que sai faísca. Não estranhe se você se pegar torcendo pelos dois. E sair apaixonado por Emma Stone.<br />
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiUc_1tIjoEyH9bNsWy7HB20N_TKyvgVc0HFU6pqLih45jSvuR4G5OMb2yQZ_jR7itxBrIpi9GssWUs1PTWQbbm5lqOsMv9q4MDa7N2NGJLIGflSmi8ZZ6p58V85N_wCDrsdaiC29582o/s1600/espetacular-homem-aranha-still-2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiUc_1tIjoEyH9bNsWy7HB20N_TKyvgVc0HFU6pqLih45jSvuR4G5OMb2yQZ_jR7itxBrIpi9GssWUs1PTWQbbm5lqOsMv9q4MDa7N2NGJLIGflSmi8ZZ6p58V85N_wCDrsdaiC29582o/s400/espetacular-homem-aranha-still-2.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="background-color: white;">O vilão-nem-tão-vilão-assim, Dr. Curt Connors (Rhys Ifans, </span><i style="background-color: white;">Um Lugar Chamado Notting Hill</i><span style="background-color: white;">, competente), o Lagarto, age motivado por um conflito interno: ajudar a si mesmo ou optar pelos benefícios que seus experimentos levariam à humanidade? Connors se distancia do ególatra Norman Osborn, o Duende Verde, (Willem Dafoe, no original), que faz experimentos em si mesmo para não perder um contrato de milhões com militares. Há desespero genúino. Pense em </span><i style="background-color: white;">O Médico e o Monstro</i><span style="background-color: white;">.</span><br />
<br />
Considerado um vilão B na cronologia do Aranha, o Lagarto é uma boa escolha para começar a trilogia, que pode investir em vilões peso-pesados nas continuações já anunciadas após o filme faturar alto nas bilheterias. Lembrando que o Dr. Connors trabalha para a Oscorp, companhia de Osborn, que também é citado durante todo o filme...<br />
<br />
A fita também explora o passado dos pais de Peter, fazendo um elo interessante com todo o desenrolar da história. Os tios Ben (Martin Sheen, <i>Apocalypse Now, Wall Street</i>, sensacional) e May (Sally Field, <i>Forrest Gump</i>, correta mas com pouco espaço) têm um relacionamento extremamente afetivo com Peter, e o carinho entre os três quase transpõe a tela. Uma família normal, afinal de contas.<br />
<br />
A grande frase de Tio Ben na trilogia anterior "Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades", também mote das HQs, não é dita aqui, mas o sentimento é palpável. As escolhas de Peter ao longo da trama refletem isso e falar mais seria dar um tremendo spoiler.<br />
<br />
<b>Grandes poderes, grandes responsabilidades</b><br />
<br />
Vemos o herói em ação no filme? O tempo todo. Peter passa a ser o Homem-Aranha desde a transformação, não por motivos óbvios, mas nas entrelinhas. Acompanhar o desenvolvimento do personagem enquanto se adapta à sua nova realidade, já é o ponto de partida.<br />
<br />
Os movimentos do Aranha são fluidos, concisos. Não há exagero nos efeitos especiais, que são bastante impressionantes, e o CGI, tão em voga em qualquer arrasa-quarteirão, é usado à favor da grandeza que o herói representa, inclusive entregando interessantes sequências em primeira pessoa.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4kA_o1o6NEBKIn8KiSpmF11wMtETXgioZwSDDTDRm2Jyn3X8mOWmo7_w_KJOUqsJToXdtvPqyItMqJKop1r1mqpj2GEQQHgCKLy6A2pMgjFQqZ2_Q3p7IaZFVDSqPnVc7hAqtkNd1wXM/s1600/amazing_spider-man1-615x410.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4kA_o1o6NEBKIn8KiSpmF11wMtETXgioZwSDDTDRm2Jyn3X8mOWmo7_w_KJOUqsJToXdtvPqyItMqJKop1r1mqpj2GEQQHgCKLy6A2pMgjFQqZ2_Q3p7IaZFVDSqPnVc7hAqtkNd1wXM/s400/amazing_spider-man1-615x410.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="background-color: white;">As cenas de ação são equilibradas. Nada entregue é gratuito, embora não escapando do clichê em certos momentos. Infelizmente, a trilha sonora de James Horner é esquecível se comparada a de Danny Elfman, da trilogia anterior.</span><span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white;">O roteiro, escrito por James Vanderbit (Zodíaco) e revisado por Alvin Sergeant (Homem-Aranha 2 e 3) e Steve Kloves (parte da série Harry Potter), derrapa algumas vezes, mas se mantém seguro e conciso no geral.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br />O Homem-Aranha é apenas um cara que quer consertar um dos erros de sua vida e ganhar o coração da garota pela qual é apaixonado. Mesmo sob a máscara, ele não perde sua inocência. Poderia ser qualquer pessoa. Ou a história de qualquer pessoa.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br />No fim, os erros e acertos pertecem a Marc Webb. O diretor imprime seu estilo em um blockbuster e contorna tranquilamente os furos do script empregando uma carga de veracidade e paixão tamanha que tem tudo para superar a trilogia anterior. </span><br />
<span style="background-color: white;">O trio Weeb-Garfield-Stone segue à risca o aforismo de Kureishi. O trunfo de O Espetacular Homem-Aranha reside justamente em sua honestidade. Que venham as continuações.</span><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="236" src="http://www.youtube.com/embed/VW51Q_YBsNk" width="420"></iframe>
<br />
<i>O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spiderm</i><i style="background-color: white;">an, EUA - 136 minutos). Nota: 4,5/5</i>Thiagohttp://www.blogger.com/profile/03704381593941819005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-22322560024797391322012-07-09T00:58:00.000-03:002012-07-09T01:08:02.063-03:00Desenhos animados consolidam uma tradição cinematográfica de gente grande<br />
Sempre gostei de assistir desenhos animados na televisão. Mesmo atualmente, aos 24 anos, prefiro um bom desenho a quase todo o restante da grade de TV aberta no Brasil. No entanto, em relação ao cinema, sempre vi a animação como um aspecto secundário da sétima arte. Foi aí que me enganei. A evolução dos longa-metragens de animação nos últimos é incrível e tem nos dado filmes com uma sensibilidade incomparável.<br />
<br />
A riqueza da linguagem e o apuro técnico cada vez mais sofisticado fornece a estas obras o status de arte superior (além do inquestionável poder comercial). A empresa toda-poderosa deste setor é historicamente The Walt Disney, o gigantesco conglomerado de mídia e entretenimento, fundado em 1923. São incontáveis as obras de sucesso deste estúdio e é necessário ao menos lembrar algumas que estão na história de cada um, cinéfilo ou não, que ler este texto: "Branca de Neve e os Sete Anões", "Cinderela", "Fantasia", "Alice no país das maravilhas", "Peter Pan", "A bela adormecida", "Aladdin", "O Rei Leão",...<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="236" src="http://www.youtube.com/embed/vX07j9SDFcc" width="420"></iframe>
<br />
<br />
No entanto, nos últimos 14 anos quem domina o setor é o grupo empresarial - ligado à Disney e depois comprado por ela - criado por George Lucas, em 1986, através da Lucasfilm, com apoio financeiro de Steve Jobs, a Pixar Animation Studios. <span style="background-color: white;">A Pixar surgiu arrasadora com o sucesso absoluto de crítica e bilheteria Toy Story (1995). Junto com a Dreamworks, a força das produções em desenho animado da Pixar presionou a Academia para a criação do Oscar de Melhor Filme (longa-metragem) de Animação*. A primeira participação desta categoria na maior cerimônia de premiação do cinema mundial ocorreu em 2002, tendo como vencedor o adorável ogro Shrek (Dreamworks).</span><br />
<br />
De lá para cá, a Pixar "dominou geral" e venceu seis das 10 premiações. Os vencedores são os arrasa-quarteirões: "Procurando Nemo", "Os incríveis", "Ratatouille", "Wall-E", "UP-Altas aventuras" e "Toy Story 3". É claro que não pretendo limitar as boas produções cinematográficas de animação aos filmes da Pixar, mas há de se convir que a empresa mudou a forma como assistimos desenhos e ampliou muito o alcance destas obras.<br />
<br />
Mas neste papo de gigantes norte-americanos, quero salientar a existência de um filme inteligente, doce e inesquecível, mas diferente. "A viagem de Chihiro" é uma animação japonesa de 2001 dirigida por Hayao Miyazaki e produzida pelo Studio Ghibli. Vencedor do Urso de Ouro, no Festival de Berlim de 2002, e do Oscar de Melhor Animação em 2003, "A viagem..." representa uma estética peculiar - para os ocidentais - com uma narrativa complexa e acurada, mas absolutamente universal e encantadora. (Detalhe importante, em vários países do mundo, este filme foi distribuído adivinha por quem? Walt Disney Studio!).<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/WIhr6CQzF0s" width="420"></iframe>
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E ainda quero reservar um espaço destacado para falar de "Wall-E" e "Toy Store 3". O primeiro é um caso à parte na história recente do cinema. A desconfiança que senti nos primeiros minutos de quase total silêncio se dissiparam rapidamente. Fiquei surpresa ao me encantar gradativamente com roteiro e direção, cujos responsáveis foram Andrew Stanton e Jim Reardon, de extrema qualidade. É um filme incrível, emocionante, baseado em uma premissa difícil de se comprar à primeira leitura**.<br />
<br />
O fenômeno "Toy Story 3" é outro caso interessante. O terceiro filme de uma franquia bem-sucedida se saiu ainda melhor do que seus pares, acontecimento raro no que diz respeito a sequências. Um filme "de criança" que fez muito marmanjo chorar com um forte apelo à nostalgia que sentimos quanto às vivências da infância e as mudanças de prioridade com o passar do tempo.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="236" src="http://www.youtube.com/embed/alIq_wG9FNk" width="420"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="236" src="http://www.youtube.com/embed/IlyxUOd3o88" width="420"></iframe>
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Esta postagem vem a calhar ainda porque este ano o festival brasileiro <a href="http://www.animamundi.com.br/">Anima Mundi</a> completa 20 anos de existência. O Festival Internacional de Animação ocorre anualmente no mês de julho no Rio e em São Paulo e trata-se do maior da América Latina. Durante o festival são exibidos curtas, médias e longas-metragens, seriados e comerciais. As linguagens narrativas e técnicas são as mais variadas e o festival não exige nenhum critério específico.<br />
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Assista ao trailer do vencedor do último festival:<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="236" src="http://www.youtube.com/embed/LZn65LA2w90" width="420"></iframe>
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*Na cerimônia do Oscar, contamos com a premiação de Melhor Curta-Metragem de Animação desde 1932. Predominam na lista de vencedores desde então a já citada Disney, a Metro-Goldwyn-Mayer (Tom & Jerry) e a Warner Bros.<br />
<br />
**Em 2700, a Terra não é mais habitada por humanos, que agora vivem na nave Axiom. O planeta foi transformado em um imenso depósito de lixo, e os homens ainda tinham a esperança de conseguir limpar nosso mundo quando decidiram contratar a empresa Buynlarge Corporation, encarregada de limpar a Terra. Para isso, enviou milhares de robôs programados para coletar o lixo. Mas essas máquinas não deram conta da tarefa e começaram a pifar, até que apenas uma restou, Wall-E. Todos os dias, sua rotina é catar o lixo que encontra pela frente a fim de cumprir a improvável tarefa de limpar o planeta. A vida do robô toma um novo rumo quando uma nave pousa na Terra e dela sai Eva, uma nova robozinha.Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-18034085619786258632012-07-01T22:30:00.000-03:002012-07-01T23:34:02.459-03:00As visões de Grimes<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">Grimes é o projeto de uma mulher só. A jovem canadense Claire Boucher, 24 anos, começou a se interessar por música eletrônica enquanto estava na faculdade, em Montreal. Rapidamente começou a gravar sons experimentais e imergir na cena de sua cidade. Em outro salto, Grimes gravou seu primeiro álbum e contabiliza três no currículo. O último, Visions, primeiro assinado por uma gravadora, foi lançado em janeiro deste ano.</span><br />
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
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<br /></div>
<div>
Para compor o disco, Boucher ficou 9 dias isolada e relatou que, após o período, todas as canções tomaram forma e foram levemente lapidadas. Mesmo com dicas e dicas de amigos e o hype da imprensa estrangeira (melhor desconfiar), demorei para chegar até Grimes. Deveria ter feito isso antes. Se você está lendo isso, pode ir na fé.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/VKyNGSPX_8g" width="420"></iframe>
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<br />
Grimes se parece com um monte de coisas que nós já ouvimos. Todas as influências aparentes (eletro, r'n'b, j-pop, dream pop) se unem e a sensação de frescor é clara: estamos diante de algo novo. Mesmo com esse leque vasto, o disco é extremamente coeso. Músicas para pistas de dança? Estão lá. Músicas para viajar? Estão lá. Para dançar e viajar? Também. </div>
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A voz de Boucher está nas entrelinhas, conduzindo ou fazendo cama para as batidas e os sintetizadores. Funciona e aí está a diferença. Como artistas de vozes únicas, ou você gosta muito ou odeia. As visões de Grimes são tortuosas algumas vezes, desfocadas em outras mas, principalmente, arrebatadoras. Vale a viagem.</div>
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</div>Thiagohttp://www.blogger.com/profile/03704381593941819005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-39323388165514507722012-06-29T01:24:00.000-03:002012-06-29T01:43:25.577-03:00Aproveite a Internet: Filmes completos no YouTube<br />
O <a href="http://www.youtube.com/">YouTube</a> vai muito além dos cinco segundos intermináveis que representam aquele pedaço de publicidade que não conseguimos ignorar. Assim como na Internet como um todo, neste site existe uma quantidade de informações ad infinitum, é só procurar. Este post é um serviço de utilidade pública. Não falarei nenhuma grande novidade, mas é uma coisa importante a se ressaltar.<br />
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Os milhares de recursos dos quais a Internet dispõe muitas vezes são subutilizados por nós, que passamos algumas horas nas mídias sociais e outras tantas fazendo absolutamente nada. Mas como navegar na web - expressão um tanto século XX - é uma das coisas que mais fazemos durante os momentos de folga, vamos tentar aproveitar um pouco melhor nossos preciosos minutos. Gosto de usar o termo "otimizar nosso tempo".<br />
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No YouTube é possível assistir a diversos filmes na íntegra. Uma busca simples como "filmes clássicos completos" nos fornece uma lista de obras-primas da história do cinema, principalmente para aqueles que gostam de estudar a área e querem conhecer filmes diversos sem precisar baixar ou comprar todos. Esta que vos escreve assistiu obras como "Viagem à lua" (George Méliès), "O gabinete do Dr. Caligari" (Robert Wiene) e "Farenheit 451" (François Truffaut) desta maneira e com ótima qualidade.<br /><br />
<b>Um exemplo do que digo, nosso vencedor da Palma de Ouro "O pagador de promessas" completo!<br /></b><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/u7j0Jkq2eeg" width="420"></iframe>
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<br />Não vou destrinchar a questão de direitos autorais, mesmo porque acredito que a exibição particular desta maneira não vai deixar nenhum realizador do cinema na miséria. É apenas nova uma forma de disseminação de cultura, na minha opinião, quando não se trata de comercialização. Mas há algumas coisas que são de domínio público e não há porque sentir dor na consciência.<br />
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No entanto, muitos filmes relativamente recentes também estão disponíveis. Não digo que todos vão conseguir achar qualquer filme que vier à cabeça, mas há muita coisa interessante para ser vista. As buscas podem ser feitas usando seu estilo de filme favorito, "filmes suspense completos", por exemplo, e identificando o tipo de áudio favorito, "filmes completos legendados", o que é o meu caso. Então, sigam em frente. Vamos desbravar este emaranhado de informações, que pode ser tão inútil quanto maravilhoso!Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-48125055728504189582012-06-15T00:57:00.000-03:002012-06-15T00:57:11.424-03:00O desgaste da trilha sonora de "O fabuloso destino de Amélie Poulain"<br />
"O fabuloso destino de Amélie Poulain" tem uma das melhores trilhas sonoras do cinema moderno. Muitos vão dizer que estou exagerando, mas nem ligo. Eu realmente acredito que as doces composições do francês Yann Tiersen - que também é responsável pela seleção musical de "Adeus, Lênin" - integram uma seleção incrível, que emociona de verdade.<br />
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Dito isto, vem a TV Globo e usa a canção "Comptine d'un autre été: l'après-midi" (em tradução literal, "Rima de um outro verão: à tarde") como tema de uma personagem da pior novela dos últimos tempos: "Morde e assopra". Só para relembrar, trata-se da narrativa que misturava dinossauros, robôs, caipiras e paleontólogos em um emaranhado de tosqueiras e situações nonsenses que foi exibida em 2011 (e precisou ser encurtada porque ninguém assitia).<br />
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Mas não para por aí. Entre Big Brothers e Globo Esporte, já ouvi a valsinha da Amélie (La valse d'Amélie) tocando fora de contexto diversas vezes. Não estou dizendo que é proibido o uso das músicas - quem sou eu, afinal -, mas apenas confessando que sempre penso: "WTF?". Pode ser frescura, mas que me dá nervoso, isso dá...<br />
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A quem não assistiu ou não lembra, segue o vídeo com as músicas citadas:<br /><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/3QWaNV4EWb8" width="420"></iframe><br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/wOgD3I31yfU" width="420"></iframe>Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-45839504701236207102012-06-04T02:55:00.000-03:002012-06-04T03:10:31.036-03:00Brasil: o país da cultura em segundo plano<br />
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<span style="font-size: small;">Duas notícias recentes chamam a atenção para a maneira como a cultura - no caso da abordagem do Cinemusique, especialmente o cinema - é tratada no Brasil. Em abril deste ano, vimos uma matéria de O Globo falar sobre a reconstrução super lenta pela qual passa o Centro de Artes da UFF, local onde vivenciei o crescimento da minha paixão pelo cinema e pelos filmes fora do circuito estreito que costuma passar pelos cinemas de Niterói, onde moro.</span></div>
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<span style="font-size: small;">A reforma do espaço começou em 2009 e tem previsão para terminar apenas em 2013. Ou seja, são quatro anos de obras em um espaço relativamente pequeno. Neste mesmo período, um incontável número de condomínios brotou no território da cidade inchando seu trânsito sem nenhum tipo de planejamento ou organização. Esta demora seria justificada por causa de uma "mina de água encontrada no subsolo do terreno", afirmou o reitor da UFF, Roberto Salles, em entrevista ao Globo. Sério? Pra mim, não.</span></div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Cwdnea9fbOrUilhBrkZp6e0ukwzG0Mg_-2Nqwm8cCJhiPMl6K7EHe-pcx-a1M7D8k-r4bM7hyphenhyphen7zvom_Hsk0ZkpV0MOnWXhDN8S-JTrZjosWGnpC4LCtiuepLwAMp8t3syrVrcoyeK2e3/s1600/cineUFF.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Com a tela de projeção ao fundo, vemos o triste cenário do atraso nas obras do Cine Arte Uff" border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Cwdnea9fbOrUilhBrkZp6e0ukwzG0Mg_-2Nqwm8cCJhiPMl6K7EHe-pcx-a1M7D8k-r4bM7hyphenhyphen7zvom_Hsk0ZkpV0MOnWXhDN8S-JTrZjosWGnpC4LCtiuepLwAMp8t3syrVrcoyeK2e3/s320/cineUFF.jpg" title="" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Com a tela de projeção ao fundo, vemos o triste cenário do atraso nas obras do Cine Arte Uff</td></tr>
</tbody></table>
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Nem vou entrar no mérito do investimento público e na comum morosidade de toda e qualquer obra que não tenha fins exclusivamente relacionados a eleições e a vantagens políticas diretas. E espero de todo o coração que o (novo) prazo seja cumprido. Mas acho este tópico eficaz no que diz respeito a ilustrar como a cultura sempre fica em segundo plano.</div>
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Ainda no mês de abril, mais uma notícia ruim para o universo do cinema - e para os cinéfilos e geral -. O cancelamento do Festival de Paulínia, cujas edições desde 2008 vinham consolidando um importante polo para a produção de cineastas brasileiros e para a discussão da sétima arte, é lamentável. A primeira coisa que vem à cabeça é o amadorismo que tanto assombra o mercado de cinema nacional. Dói pensar assim, mas ainda somos amadores nesta área. Não digo isto dos criadores e artistas envolvidos que vêm provando que podemos dialogar em pé de igualdade com qualquer país. Mas sim da estrutura comercial.</div>
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A justificativa oferecida pelo prefeito da cidade paulista, José Pavan Jr. (PSB), é de que é necessário conter despesas. O dinheiro que seria investido no festival será revertido a causas sociais. Sério? Reitero, para mim, não. Existe ainda o problema com os patrocínios, pois a instabilidade do compromisso das empresas do país com a arte em geral, quase sempre vista como marginal e menos importante, é evidente. Temos ainda a complexa e polêmica Lei do Audiovisual (Rouanet). A lei (ligeiramente burra em seu texto e execução) carece de simplicidade e objetividade.</div>
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Fazer cinema do Brasil continua sendo ir contra a maré. Este é apenas um reflexo da maneira como a cultura em geral é vista no país: um apêndice. Um enfeite que tem que surgir do lixo com força sobre-humana, fazer sucesso fora do país para depois, talvez, ser valorizada por aqui. Afinal de contas, o desleixo com a cultura é um problema cultural.</div>Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-36368189148481716752011-02-06T00:26:00.000-02:002011-02-21T08:03:59.965-03:00As deliciosas e pretensiosas listas de preferência<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2ZgAEMaa21ZO4bG0JgkOrExRKvamXaYZlpHRAGxRmHXeKLLzLZyiZDH-N17t96n15iOA9wS-g3ibDsqr7RgDX6zqY4aEOvDTWHf4heyV9bD7OwdGKzZtuP8n3iDqUIl8AMsszDKsPTBQb/s1600/the_corporation.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 283px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2ZgAEMaa21ZO4bG0JgkOrExRKvamXaYZlpHRAGxRmHXeKLLzLZyiZDH-N17t96n15iOA9wS-g3ibDsqr7RgDX6zqY4aEOvDTWHf4heyV9bD7OwdGKzZtuP8n3iDqUIl8AMsszDKsPTBQb/s400/the_corporation.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5575919945236124946" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:verdana;">Fazer críticas aparenta ser uma atividade essencialmente pretensiosa. E na verdade é mesmo. Não deixa de ser uma pretensão apontar acertos e erros em uma obra artística de um profissional que estuda e vive do cinema. No entanto, neste caso (meu caso) a pretensão é movida pela paixão e não pela soberba. As famosas e populares listas (10+) também representam um caso de "minha opinião deve ser levada em conta". Mas quem pode negar que elas são deliciosas e rendem bons momentos de críticas e discordâncias saudáveis?</span><br /><br /><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Dificilmente eu dou notas para filmes. Mesmo que poucas pessoas deem algum tipo de atenção às minhas avaliações (Hollywood não fica chateada com o que penso), ainda assim tenho pavor de injustiças. E as listas são uma forma mais cruel de julgar e compara uma obra à outra. Mas como é bom de ler e bom de escrever... Aí vai uma listinha de (minhas) preferências que podem estar em ordem ou não. Certamente vão haver ausências injustas, mas isto faz parte do jogo... não tem jeito.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Documentários</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">1 - The Corporation (Jennifer Abbott e Mark Achbar)</span><br /><span style="font-family:verdana;">2 - Ilha das Flores (Jorge Furtado)</span><br /><span style="font-family:verdana;">3 - Corações e mentes (Peter Davis)</span><br /><span style="font-family:verdana;">4 - Encontro com </span><em style="font-family: verdana;">Milton Santos</em><span style="font-family:verdana;"> ou o mundo global visto do lado de cá (Silvio Tendler)</span><br /><span style="font-family:verdana;">5 - </span><span style="font-family:verdana;">Capitalismo - Uma história de amor (Michael Moore)</span><br /><span style="font-family:verdana;">6 - Ônibus 174 (José Padilha)</span><br /><span style="font-family:verdana;">7 - Jogo de Cena (Eduardo Coutinho)</span><br /><span style="font-family:verdana;">8 - Falcão - Meninos do tráfico</span><br /><span style="font-family:verdana;">9 - Janela da Alma (João Jardim)</span><br /><span style="font-family:verdana;">10 -</span><span style="" lang="EN-US"><span style="font-family:verdana;"> The Rolling Stones - Shine a Light (Martin Scorsese)</span></span><br /><br /><span style="" lang="EN-US"><span style="font-family:verdana;">Um desaconselho: Garapa (José Padilha)</span></span><br /></div><span style="" lang="EN-US"><br /></span> <!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:SimSun;} </style> <![endif]-->Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-3031353369334566842010-11-29T00:06:00.000-02:002010-11-29T00:14:57.260-02:00Tropa de Elite 2: Fim do encanto<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiClEfUVecewCnQH0py9SP5akDK0t3ggI0LyEFSaUBBbhwI7vuCiLWQ5CGC-ENtpY4kPJqBTLn1CrDPvbfLJOV2UXPuWm-gYfX50721mWFO07oupOwKkeaJn5yyO7OwrDcatLRDaQTpVjsY/s1600/Tropa+2+-+5.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 248px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiClEfUVecewCnQH0py9SP5akDK0t3ggI0LyEFSaUBBbhwI7vuCiLWQ5CGC-ENtpY4kPJqBTLn1CrDPvbfLJOV2UXPuWm-gYfX50721mWFO07oupOwKkeaJn5yyO7OwrDcatLRDaQTpVjsY/s400/Tropa+2+-+5.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5544789297055847762" border="0" /></a><span style="font-family: verdana;">Quando assisti Tropa de Elite 2 fiquei baqueada e, ao mesmo tempo, esperançosa. Aquela narrativa de forte cunho político fazer sucesso com o grande público brasileiro foi algo que me deixou em êxtase. Cheguei a acreditar que o mal-entendido provocado pelo primeiro filme de José Padilha – quando chegaram a rotulá-lo como fascista – tinha sido desfeito e que as pessoas tinham entendido a mensagem do anti-herói Capitão Nascimento em momento de mea culpa. No entanto, após um dia do confronto histórico entre a polícia e os traficantes no Rio de Janeiro, mais especificamente no Complexo do Alemão, percebi que eu estava completamente enganada. O maniqueísmo continua na moda e como eu odeio a moda.</span><br /><br /><span style="font-family: verdana;">As pessoas não pensam nas estruturas existentes. Elas não vêem e não querem ver que as soluções para a crise de violência que vivemos há muitos anos não são imediatas. Sendo mais clara, para a maioria da população do Rio, matar os bandidos que aparecerem pela frente vai trazer tranquilidade para todos. Alcançaremos a tão sonhada paz. Uma das falas famosas do segundo filme Tropa de Elite: “O sistema é foda”. No entanto, como sempre, tudo é deturpado em favor do simplismo.</span><br /><br /><span style="font-family: verdana;">Pérolas como: “lá vem a galera dos direitos humanos” ou “deviam jogar uma bomba nestas favelas” ou ainda “direitos humanos enquanto a vítima destes caras não é um parente seu” pululam por todos os cantos. Certo, afinal o ódio sempre solucionou crises. A morte dos inimigos é a solução para tudo e estes inimigos são estes rapazes pobres, pretos e mirrados armados com fuzis vendidos por policiais corruptos; que passam pelas fronteiras sob o olhar de guardas comprados; fronteiras estas negligenciadas por funcionários públicos de alto escalão – leia-se políticos – totalmente fora de suspeita.</span><br /><br /><span style="font-family: verdana;">Ser racional é simplesmente “out” quando o assunto é violência no Rio. O negócio é mesmo matar todo mundo (que tem as características sociais para ocupar este papel de ser humano descartável). Apontar soluções não é uma tarefa fácil. Digo isto porque conheço bem pouquinho da situação das prisões neste país (que poderiam ser chamadas também de “Academia do crime” ou “Universidade para a violência”). As brechas no Judiciário encontradas por advogados espertinhos também são excelentes para a impunidade imperar. Mas não adianta, reitero, NÃO EXISTE SOLUÇÃO FÁCIL/IMEDIATA para um problema construído por tanto e tanto tempo.</span><br /><br /><span style="font-family: verdana;">Parece “papo da galera de direitos humanos”, mas a reforma necessária deve ser estrutural e séria. Educação, inclusão, justiça social e mais educação... apenas clichês. Vários países deram mostras de que essas obviedades são as respostas. Que fique claro que não estou invalidando as ações da polícia séria, polícia esta que tem mesmo que buscar resolver os problemas a curto prazo, como os assaltos, os ataques terroristas e a demonstração de poder em vários lugares do estado. Precisamos disto sim. No entanto, esta iniciativa sozinha não vai dar em nada. Alguns vão para a cadeia, outros morrem e mais garotos armados, dispostos e ávidos vão tomar os seus lugares. Parece pessimista, diante da alternativa Global de “Liberdade, liberdade... abra as asas sobre nós”, mas é assim que é. Não sei mais do que ninguém, só acho que a maioria está cega.</span><br /></div><br /><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman";} </style> <![endif]-->Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-7338176064214749082010-11-23T20:45:00.000-02:002010-11-23T21:08:22.577-02:00O valor do documentário<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">"Mãe acho que vou ao cinema assistir ao filme do Senna". Resposta da mãe: "Você vai ao cinema para assistir documentário?". Apesar de retratar a opinião de muitos brasileiros sobre o este tipo de montagem fílmica, eu fiquei surpresa com o diálogo acima. Vivemos um momento de crescimento nunca visto nos documentários produzidos por aqui e acolá. Inclusive temos um <a href="http://cine-musique.blogspot.com/2009/07/espetaculo-da-realidade.html">post com assunto semelhante</a> neste mesmo blog.<br /><br />Um documentário pode ser tão brilhante como qualquer filme de ficção. É tão trabalhoso quanto (às vezes, até mais) e precisa de uma mão firme no roteiro e precisão cirúrgica na direção. Poetizar a realidade pode se mostrar ainda mais difícil do que criar a poesia. Posso estar me repetindo, mas, para mim, ficção e realidade são reinos muito próximos. Um documentário não é, nem nunca vai ser, um espelho de uma situação ou de algum personagem. É uma obra que se baseia em informações sobre algo/alguém para contar uma história. Mas, peraí, isto também é o filme ficcional.<br /><br />A possibilidade de desvendar uma história com imagens, sons, entrevistas, luz, cor, emoção e, acima de tudo, momentos flagrados pela câmera, é deslumbrante. Sim, porque um documentário é construído através de flagras da realidade e não da realidade nua e crua. Nada nem ninguém está nu diante de uma câmera. Tudo é construção, desenho, afinal, arte. O filme com a premissa redundante "baseado em fatos reais" tem a riqueza de se tornar uma pílula de conhecimento cheia de som e fúria.<br /><br />Momento filosofia... mesmo porque, a ficção sai de nós, então também compõe nossa realidade. Corroborando o que digo, temos o fato de que nem nós mesmos entendemos o que se passa nessa tal realidade. Real é verbo. Aprender, sentir, emocionar, tocar, encantar, viver...<br /><br />Présenter des excuses pour la fraîcheur (Desculpas por tanta frescura)<br /></span></div>Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-79188358324742876052010-07-13T23:46:00.000-03:002010-07-14T00:12:43.985-03:00Antes do amanhecer... a simplicidade de uma obra de arte<span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" >Muitas coisas me emocionam, tenho certeza de que vivencio as experiências da maneira mais profunda possível. Um filme pode ser "divino e maravilhoso" sem nenhuma pirotecnia, apenas com bom roteiro, bons diálogos, bons atores, boas músicas... Tudo isto está nos filmes do diretor Richard Linklater: "Antes do amanhecer" e "Antes do pôr do sol". Enfim, não irei resenhá-los, mas postarei o poema mais lindo de todos os tempos da última semana! Cena do filme, uma beleza de filme!</span><span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" ><br /><br /></span><span style="font-weight: bold;font-family:verdana;font-size:100%;" >Desilusion Angel (David Jewel)</span> <p class="MsoNormal" style="font-family:verdana;"><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" >Daydream delusion</span><span style="font-size:100%;"><br />Desilusão de um sonho<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" >Limousine and the eyelash</span><span style="font-size:100%;"><br />Limousine e os cílios<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >Oh, baby, with your pretty face</span><span style="font-size:100%;"><br />Ah, querida, com seu lindo rosto<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >Drop a tear in my wineglass</span><span style="font-size:100%;"><br />Derrame uma lágrima no meu copo de vinho<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >Look at those big eyes on your face</span><span style="font-size:100%;"><br />Vendo seus grandes olhos<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >See what you mean to me</span><span style="font-size:100%;"><br />Percebo o que você significa para mim</span></p> <p class="MsoNormal" style="font-family:verdana;"><span lang="EN-US" style="font-size:100%;"><span style="font-weight: bold;">Sweetcakes and milkshakes</span><br />Bolos e milkshakes<br /><span style="font-weight: bold;">I'm a delusion angel</span></span><span style="font-size:100%;"><br />Sou um anjo desiludido<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >I'm a fantasy parade</span><span style="font-size:100%;"><br />Sou um desfile de fantasia<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >I want you to know what I think</span><span style="font-size:100%;"><br />Quero que saiba o que penso<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >I don't want you to guess anymore</span><span style="font-size:100%;"><br />Não quero mais que adivinhe</span></p> <p class="MsoNormal" style="font-family:verdana;"><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" >You have no idea where I came from</span><span style="font-size:100%;"><br />Você não faz idéia de onde eu vim<br /><o:p style="font-weight: bold;"></o:p></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >We have no idea where we're going</span><span style="font-size:100%;"><br />Não sabemos para onde estamos indo<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >Lodged in life like two branches in a river</span><span style="font-size:100%;"><br />Jogados na vida como ramificações de um rio<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >Flowing downstream</span><span style="font-size:100%;"><br />Correndo rio abaixo<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >Caught in the current</span><span style="font-size:100%;"><br />Pescados pelo presente</span></p> <p class="MsoNormal" style="font-family:verdana;"><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >I'll carry you. You carry me</span><span style="font-size:100%;"><br />Te levarei. Me levará<o:p></o:p><br /></span><span lang="EN-US" style="font-size:100%;"><span style="font-weight: bold;">That's how it could be</span><br />É como deve ser<br /><span style="font-weight: bold;"> Don't you know me</span></span><span style="font-size:100%;"><br />Você não me conhece<br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" lang="EN-US" >Don't you know me by now</span><span style="font-size:100%;"><br />Não me conhece até agora</span></p><span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" > À bientôt...</span>Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-75955265887423734012010-06-29T21:09:00.000-03:002010-07-02T19:01:03.930-03:00Sobre os rótulos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1itLO7Xd8AFwEQY-eswB2QaI4O1RZp9lpY_pDA6cNZhwCozmTiB8q33xlbIi7lssDtzRnaVJNKvDKkqovgnRnm3AC4f5cfdjuoSBoOuE4JxDNAThg8y6DY4Sddxp_K72eKQVPOpAHNmej/s1600/r%C3%B3tulos.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 307px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1itLO7Xd8AFwEQY-eswB2QaI4O1RZp9lpY_pDA6cNZhwCozmTiB8q33xlbIi7lssDtzRnaVJNKvDKkqovgnRnm3AC4f5cfdjuoSBoOuE4JxDNAThg8y6DY4Sddxp_K72eKQVPOpAHNmej/s320/r%C3%B3tulos.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5488364228907256482" border="0" /></a>
<br /><div style="text-align: justify;"><meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 10"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 10"><link style="font-family: verdana;" rel="File-List" href="file:///C:%5CUsers%5CTAMYRE%7E1%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:applybreakingrules/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:usefelayout/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:SimSun; panose-1:2 1 6 0 3 1 1 1 1 1; mso-font-alt:宋体; mso-font-charset:134; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:3 680460288 22 0 262145 0;} @font-face {font-family:"\@SimSun"; panose-1:2 1 6 0 3 1 1 1 1 1; mso-font-charset:134; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:3 680460288 22 0 262145 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:SimSun;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} </style> <![endif]--> </div><p style="font-family: verdana; text-align: justify;" class="MsoNormal">Tenho problema com rótulos. Rótulos destroem nosso senso de observação ao falsamente facilitar a opinião que formamos sobre as coisas (ou seja, só pode funcionar bem no supermercado mesmo). No que diz respeito à arte, os rótulos atrapalham... e muito. Por exemplo, quando termino de assistir um filme que adoro e alguém me questiona: “qual o tipo de filme?” Chega a dar uma dor no coração. E para terminar de me apunhalar, depois de ouvir minha sofrida resposta carimbada (romance, drama, comédia) recebo a réplica: “não gosto desse tipo de filme”. Como assim?
<br />
<br /></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="font-family: verdana; text-align: justify;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="font-family: verdana; text-align: justify;" class="MsoNormal">Cinema é mais do que isso. É sensação, identificação, trilha sonora, fotografia, roteiro, locação, figurino, atuação... A quantidade de profissionais e áreas envolvidos nesse trabalho é imensa. Não dá para restringir desta forma. Acredito que quando é muito fácil determinar a que tipo de filme pertence uma produção de cinema é porque ela é limitada. Procura uma fórmula fácil para vender e agradar aos aficionados (vide 99% dos filmes de terror).
<br />
<br /></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="font-family: verdana; text-align: justify;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="font-family: verdana; text-align: justify;" class="MsoNormal">Agora, o pior dos rótulos é aqueles que diz respeito à <a style="font-weight: bold;" href="http://cine-musique.blogspot.com/2009/06/o-que-e-baixa-auto-estima.html">baixa auto-estima cinematográfica do brasileiro</a>. Essa que resolve enquadrar todas as produções realizadas no Brasil em um mesmo “balaio”. Uma forte irritação sobe pela minha espinha dorsal quando ouço afirmações do tipo: “Ai, não consigo gostar de filme brasileiro. Assisti Cidade Baixa (por exemplo), só tem sexo e palavrão”. Ok. Primeiro ponto, todos têm direito a gostar ou não do filme que for, mas toda a produção de um país não pode pagar pelo pouco conhecimento que cada um tem do próprio cinema. Segundo, sexo e palavrão está presente de forma ostensiva em grande parte do cinema em todo o mundo (o que existe é uma “maquiagem” melhor e uma dublagem ou legenda muito ruim). Terceiro e último ponto, os elementos de um filme (seja sexo, humor, drama, sustos) podem ser mau ou bem utilizados. Desqualificar um filme por uma característica natural é extremamente bobo, limitado.
<br />
<br /></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="font-family: verdana; text-align: justify;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="font-family: verdana; text-align: justify;" class="MsoNormal">Cinema é muito mais do que isso. São pessoas com vocação artística (ou não) que colocam seus corações e mentes a serviço de uma obra de arte. É importante ressaltar que estou falando do cinema de verdade e não de oportunistas. Um trabalho que leva a sério o público, os valores profissionais (ou artísticos, se for melhor), as visões de mundo. Quando nos postamos em frente a um telão, ou à televisão, ou à tela de computador, para vermos uma produção cinematográfica, precisamos nos entregar um pouco ao momento. Abrir a possibilidade de sermos conquistados por algo que vai além de duas horas de exibição, que influencia nosso desenvolvimento como seres pensantes e vivos.</p><p style="font-family: verdana; text-align: justify;" class="MsoNormal">
<br /></p><p style="font-family: verdana; text-align: justify;" class="MsoNormal">Desolé...
<br /></p> Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-82383999035545025652010-06-29T20:46:00.000-03:002010-06-29T20:54:27.250-03:00Volta pretensamente triunfal<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 10"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 10"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CUsers%5CTAMYRE%7E1%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:applybreakingrules/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:usefelayout/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:SimSun; panose-1:2 1 6 0 3 1 1 1 1 1; mso-font-alt:宋体; mso-font-charset:134; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:3 680460288 22 0 262145 0;} @font-face {font-family:"\@SimSun"; panose-1:2 1 6 0 3 1 1 1 1 1; mso-font-charset:134; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:3 680460288 22 0 262145 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:SimSun;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} </style> <![endif]--> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal">Depois de quase sete meses de afastamento do meu querido blog Cinemusique, “eu tô voltando pra casa, outra vez”, como diria Lulu Santos. Tive crises de abstinência dignas de um rockstar ex-viciado por estar distante dos meus textos sobre uma das coisas que mais amo na vida: cinema.</p>
<br /><p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal">Para me ajudar no tratamento, meus amigos me aturaram falando sobre o assunto no ouvido deles em cada oportunidade que encontrei – obrigada pessoal. Mania de quem gosta de ter opinião sobre tudo, não consigo controlar. Acho que poderia dizer que é coisa de jornalista. De cinéfilo. De chatos. Mas prefiro pensar que é coisa de quem se interessa pelas coisas que o cercam e, mesmo que de maneira sutil, gosta de pensar que também interfere na sociedade em que vive.
<br />
<br /></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal">O amor pela arte (seja sétima, primeira ou segunda) é a mais interessante das fugas de uma realidade que nos massacra. Acho que é uma das poucas coisas que dão algum significado para nossa existência insignificante. Afinal, nossa vida niilista nada mais é do que a contemplação do nada.</p><p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal">
<br /></p><p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal">Desolé...
<br /></p> Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-12183890055470890462010-06-23T19:33:00.000-03:002010-06-23T19:48:55.843-03:00Grande Prêmio de Cinema Brasileiro 2010<span style="font-family:verdana;">De <strong>O Dia Online</strong><br /><br />Rio - As maiores estrelas da constelação cinematográfica e televisiva do país estiveram presentes na 9ª edição do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro na noite do dia 8 de junho. A sétima arte produzida em português mostrou sua força e vocação para o sucesso em uma festa em traje de gala no teatro João Caetano. O grande evento começou às 21h – com a platéia praticamente lotada - e premiou os destaques de 2009 escolhidos pela Academia Brasileira de Cinema e também através de votação popular.<br /><br /></span><div><span style="font-family:verdana;">Na entrada do evento, algumas características deixavam claro que aquela seria uma festa cheia de estrelas: a presença de muitas pessoas na porta à espera de seus ídolos assim como a de integrantes do 'Pânico na TV' e do 'CQC', representados por Charles Henriquepédia e Danilo Gentili. Uma das personalidades mais festejadas foi Lília Cabral, que se destacou com a personagem Teresa, de 'Viver a Vida'. </span></div><div><span style="font-family:verdana;"></span></div><div><span style="font-family:verdana;"></span></div><div><span style="font-family:verdana;"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 218px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5486103543212199602" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-3T9QELl0V3vhZ9UX_G2DgPOMSw-Ljwpr3GzNxqInmkSq36xR5bplbUXEdcxptyCylnlCVDN8WlOWbzLe_PgS1lwimr94UdCPJUcTOzbdpeefcXHm9EWiYDVjdNr5XlvFbXRPxDMeVKGe/s320/_MG_9906.JPG" /><br />Ao ser perguntada sobre seu sucesso no folhetim de Manoel Carlos deu o tom para tentar desvincular duas mídias tão entrelaçadas no Brasil, a TV e o cinema: “Hoje é um dia para prestigiar amigos e estou aqui para falar de cinema”. Mas acabou deixando escapar algumas coisas, como o plano de voltar às novelas já em 2011.<br /><br />Outra atriz que chamou muita atenção e distribuiu sorrisos e gentilezas foi Andréa Beltrão, conhecida do grande público por interpretar a Marilda, de 'A Grande Família'. Aos gritos de “Marilda, você é linda”, ela contou que sente muita saudade da personagem, apesar de não acenar com a possibilidade de retornar ao seriado de maior sucesso da televisão brasileira. “Não tem como negar... é claro que sinto muitas saudades da Grande Família”, emocionou-se.<br /><br />O brilho da cerimônia ficava cada vez mais evidente com a chegada de nomes fortes como Tony amos, Daniel Filho, Dan Stulbach, Daniel de Oliveira, Patrícia Pillar, Deborah Secco, Selton Mello, Maira Luisa Mendonça, entre muitos outros.<br /><br /><strong>Cerimônia</strong><br /><br />A responsável por abrir a premiação foi a talentosa atriz Dira Paes. Com um discurso alinhado ao lema de que o melhor lugar para assistir filmes é a sala de cinema. Após anunciar que o evento era também uma homenagem especial aos exibidores, ela chamou os apresentadores da festa, os atores Murilo Rosa e Ingrid Guimarães.<br /><br />Os mestres de cerimônia deram o tom que se espera para este tipo de evento e fizeram algumas brincadeiras no momento de anunciar os vencedores, principalmente da parte de Ingrid, famosa por seus personagens cômicos.<br /><br />O maior vencedor foi o filme estrelado por Glória Pires, “É proibido fumar”, premiado em cinco categorias. Em uma das oportunidades em que subiu ao palco, a diretora paulista Anna Muylaert chegou a se definir como um “anão no meio de gigantes” por conta da visibilidade e – muitas vezes – bilheteria conquistada por seus oponentes. Parece que novamente prevaleceu a lógica de David e Golias.<br /><br />Um dos pontos altos da cerimônia foi a homenagem a Anselmo Duarte, único diretor brasileiro a conquistar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, com “O pagador de promessas”, que faleceu no ano passado. Glória Menezes, amiga pessoal de Anselmo e integrante do elenco do filme de 1962, leu um inspirado texto de Ignácio de Loyola Bransão – também amigo de Anselmo – de forma muito emocionada. Ao fim do texto, ela foi aplaudida de pé por todos os presentes ao teatro.<br /><br />Outros momentos marcantes foram a declaração de amor que Tony Ramos – escolhido melhor ator – fez para sua mulher, com quem está casado à 42 anos, e quando Lília Cabral, ao ser premiada como melhor atriz por “Divã”, muito emocionada disse a um público completamente arrebatado por seu talento e carisma: “Agora posso dizer que faço cinema”.<br /><br /><strong>Confira os vencedores do prêmio:</strong><br /><br />Curta-metragem de animação: "O menino que plantava invernos", Victor Hugo Borges<br />Curta-metragem de ficção: "Superbarroco", Renata Pinheiro<br />Curta-metragem de documentário: "De volta ao quarto 666", Gustavo Spolidoro<br />Figurino: Marília Carneiro, por "Tempos de paz"<br />Maquiagem: Martín Macias Trujillo<br />Direção de arte: Claudio Amaral Peixoto, por "Besouro"<br />Direção de Fotografia: Ricardo Della Rosa, por "À deriva"<br />Montagem de ficção: Paulo Sacramento, por "É proibido fumar"<br />Montagem de documentário: Karen Akerman, por "Simonal - ninguém sabe o duro que dei"<br />Efeitos visuais: Marcelo Siqueira, por "Besouro"<br />Som: Denilson Campos e Paulo Ricardo Nunes, por "Simonal - ninguém sabe o duro que dei"<br />Trilha sonora: Márcio Nigro, por "É proibido fumar"<br />Trilha sonora original: Berna Ceppas, por "Simonal - ninguém sabe o duro que dei"<br />Atriz coadjuvante: Denise Weinberg, por "Salve geral"<br />Ator coadjuvante: Chico Diaz, por "O contador de histórias"<br />Prêmio especial de preservação: Alice Gonzaga<br />Longa-metragem nacional de animação: "O grilo feliz e os insetos gigantes", de Walbercy Ribas e Rafael Ribas<br />Longa-metragem infantil: "O grilo feliz e os insetos gigantes", de Walbercy Ribas e Rafael Ribas<br />Longa-metragem estrangeiro: "Bastardos inglórios", de Quentin Tarantino<br />Roteiro adaptado: Bosco Brasil, por "Tempos de paz"<br />Roteiro original: Anna Muylaert, por "É proibido fumar"<br />Prêmio especial: Anselmo Duarte (1920-2009)<br />Longa-metragem de documentário: "Simonal - ninguém sabe o duro que dei"<br />Longa-metragem de ficção nacional (voto popular): "Se eu fosse você 2", de Daniel Filho<br />Longa-metragem de ficção estrangeiro (voto popular): "Avatar", de James Cameron<br />Melhor atriz: Lília Cabral, por "Divã"<br />Melhor ator: Tony Ramos, por "Se eu fosse você 2"<br />Melhor diretor: Anna Muylaert, por "É proibido fumar"<br />Melhor longa-metragem de ficção: "É proibido fumar", de Anna Muylaert </span></div>Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-38957406600296593392010-06-23T19:06:00.000-03:002010-06-23T19:49:19.434-03:00O retorno ao local do crime...<span style="font-family:verdana;">Minhas idas e vindas seriam imperdoáveis em um meio de comunicação "sério", eu sei. Mas não tem jeito, esse espaço é precioso e não quero abandoná-lo. Escrever sobre uma das coisas que mais amo na vida é mais do que um hábito, é uma necessidade. Então, esta é uma chamada para a retomada (assim como a do cinema brazuca depois que Collor havia acabado com tudo).<br /><br />Viva ao cinema!<br />Viva à arte e à sensibilidade!<br /><br />No próximo post, minha matéria para<strong> O Dia Online </strong>sobre o Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, que aconteceu no dia 8 de junho.</span>Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-68259753911272199102009-12-05T16:54:00.000-02:002009-12-05T17:26:35.643-02:00Mais uma vez... sem tempo!<span style="font-family:verdana;">Devido a uma série compromissos (trabalho novo!), estou mais uma vez com o tempo extremamente curto. Passarei uma temporada longe dos blogs da vida! Mas não desitirei e logo voltarei a divagar sobre filmes e tudo que diz respeito à minha arte favorita! Quem tem paciência de me ler, não esqueça de mim!<br /><br />Obrigada e até logo!</span>Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-32439867896948207662009-11-10T14:50:00.000-02:002009-11-10T14:57:18.747-02:00O filme perdido de Chaplin<div style="text-align: justify;"><span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" >Essa notícia merecia registro! Encontrar um filme do Chaplin por acidente... essas coisas não acontecem comigo! Leia abaixo, texto da agência de notícias Efe:</span><span style="font-size:100%;"><br /><br /></span><span style="font-weight: bold;font-family:verdana;font-size:100%;" >Filme de Chaplin é encontrado em lata comprada pela internet</span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" >Fita mostra o ator e diretor americano em um zepelim; internauta fará documentário sobre descoberta</span><span style="font-size:100%;"><br /><br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" >LONDRES - Um internauta britânico se surpreendeu ao encontrar uma produção de Charles Chaplin dentro de uma lata para guardar filmes que comprou no site de leilões eBay por US$ 5.</span><span style="font-size:100%;"><br /><br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" >Morace Park, da cidade de Henman, no sudeste inglês, ficou atônito quando seu amigo John Dwyer, ex-membro do Conselho Britânico de Classificação Cinematográfica, lhe disse que tinha achado um filme, talvez desconhecido, de Chaplin, diz a edição desta sexta-feira, 6, do jornal The Independent.</span><span style="font-size:100%;"><br /><br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" >A filmagem, intitulada "Charlie Chaplin in Zepped", mostra imagens de um zepelim sobrevoando a Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial e Chaplin a expressar seu desejo de voltar dos EUA para a Inglaterra para dar seu apoio aos soldados. Segundo Park, é uma fita de 1916 destinada a apoiar os esforços britânicos na guerra (1914-1918).</span><span style="font-size:100%;"><br /><br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" >O The Independent diz que Dwyer convenceu seu amigo a fazer um documentário sobre a descoberta, que já está em processo de filmagem e terá o nome de "The Lost Film Project".</span><br /></div>Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-13499175397419367962009-10-20T15:02:00.000-02:002009-12-05T17:37:11.386-02:00O crime do padre Amaro<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg3gzvACUla5ot7eK5fkgiSpFoOPZwXX0_6OiCkyey2HWCiZ6LKTimbHYZXCxWQ7pZGLH9qRTRRJ71LBMvwH6N6Fk5t4KG4xlbg8SbevL2vd_nxiTNhcfSPFs1RxgRravE1YVvyDWqx5e3/s1600-h/crime.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5394729179520927282" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 217px; CURSOR: pointer; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg3gzvACUla5ot7eK5fkgiSpFoOPZwXX0_6OiCkyey2HWCiZ6LKTimbHYZXCxWQ7pZGLH9qRTRRJ71LBMvwH6N6Fk5t4KG4xlbg8SbevL2vd_nxiTNhcfSPFs1RxgRravE1YVvyDWqx5e3/s320/crime.jpg" border="0" /></a> <meta content="text/html; charset=utf-8" equiv="Content-Type"><meta content="Word.Document" name="ProgId"><meta content="Microsoft Word 10" name="Generator"><meta content="Microsoft Word 10" name="Originator"><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CPRODU%C3%87%C3%83O%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C02%5Cclip_filelist.xml" rel="File-List"><style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:Verdana; panose-1:2 11 6 4 3 5 4 4 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:536871559 0 0 0 415 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt; font-family:Arial; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style>
<br /><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" ><span style="font-size:85%;">Como grande admiradora da literatura clássica em língua portuguesa, sempre fico muito curiosa para ver os resultados de uma transposição dessas obras para as telonas. Neste mesmo blog, já dei um exemplo que – na minha opinião – foi bastante mal-sucedido (“O primo Basílio”). Vou continuar com Eça de Queiroz e o filme da vez é “O crime do Padre Amaro”. Este sim, um exemplo de como o cinema pode aproveitar toda a riqueza do texto de um autor como o português em questão. O filme compõe o cenário de um novo cinema mexicano e ganhou prêmios como o de melhor roteiro do Festival de Havana e foi indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.</span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" >
<br /><span style="font-size:85%;"><?xml:namespace prefix = o /><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" ><span style="font-size:85%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" ><span style="font-size:85%;">A história tem como pano de fundo toda a devassidão que pode haver na relação entre política, poder e religião (no fundo sinônimos). No entanto, o centro das atenções é o caso romântico e proibido entre o padre recém-chegado e a jovem sedutora Amélia. A produção mexicana acerta em cheio na escolha do protagonista Gael García Bernal. Ele personifica vários dos atributos que o autor havia desenhado cuidadosamente na trama desenvolvida no livro. Gael faz um Amaro charmoso (e como), atormentado e de caráter fraco, assim como deveria ser. O conflito entre a moralidade e a ardente paixão que Amaro sente é bem marcado pela interpretação do ator mexicano.
<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" >
<br /><span style="font-size:85%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" ><span style="font-size:85%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" ><span style="font-size:85%;">Um dos pontos altos da narrativa é o paralelo cênico que a inteligente direção de Carlos Carrera faz entre os símbolos sagrados e toda a “blasfêmia” ocorrida em nome de Deus. Há cenas em que Amaro e Amélia demonstram toda a força de sua atração física ao mesmo tempo em que são focalizados os santos no altar. Esse e outros jogos trabalham uma ironia e uma crítica sagaz. Colabora para tornar a crítica mais eficaz, a interpretação dos atores coadjuvantes do círculo da Igreja Católica. Esses personagens ricos – com destaque para o padre Natalio, adepto da teologia da libertação, feito pelo ator Damián Alcázar – traçam um perfil interessante das intrigas permanentemente presentes no seio da religião predominante (por enquanto) em países como Portugal e Brasil.
<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" >
<br /><span style="font-size:85%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" ><span style="font-size:85%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" ><span style="font-size:85%;">As perdas recorrentes – e, muitas vezes, inevitáveis – no momento da adaptação de livros para o cinema não incomodam tanto para quem teve contato com a obra. Ou seja, não chega a comprometes a fluência do drama em questão. Uma ressalva é importante. A Amélia do filme é muito diferente da do livro. Na película, fica difícil notar algum momento de hesitação ou conflito interno (presente em Amaro, como disse anteriormente). A jovem se joga de cabeça no romance proibido desde os primeiros contatos, ou seja, a essência puritana que seu nome suscita é jogada para escanteio.
<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" >
<br /><span style="font-size:85%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" ><span style="font-size:85%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify;font-family:verdana;" ><span style="font-size:85%;">O crime do padre Amaro é, acima de tudo, um grande filme. Com um tema que causa rebuliço e atores de primeira, o diretor soube jogar o jogo.<o:p></o:p></span></p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">
<br /></span>
<br />Tamyres Matoshttp://www.blogger.com/profile/11567378348767772246noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6874546843043212776.post-2073599012638031652009-10-13T14:17:00.000-03:002009-10-13T14:44:04.505-03:00Filosofia e cinema, topa?<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpZEzhJbqR4As5SpXsnjDAbpfy9z4XAPf-zkDY_3GWMEq-jJUin1ZolFD3XUhRd2QyM5bDgKyjz6OfDrjVXFk4dZc0D7bXxUR3ag4AzFGFMCnLPDGtUK8evBLQWTyhJPyNp38nIPudYLa8/s1600-h/filosofia.gif"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 143px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpZEzhJbqR4As5SpXsnjDAbpfy9z4XAPf-zkDY_3GWMEq-jJUin1ZolFD3XUhRd2QyM5bDgKyjz6OfDrjVXFk4dZc0D7bXxUR3ag4AzFGFMCnLPDGtUK8evBLQWTyhJPyNp38nIPudYLa8/s320/filosofia.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5392137724732526050" border="0" /></a>
<br /><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >Povo que gosta de cinema, uni-vos! Ainda dá tempo de aproveitar uma programação muito boa do Caixa Cultural. O centro cultural do centro do Rio está promovendo, desde maio desse ano, uma mostra que estuda a convergência entre cinema e filosofia chamada: “A história da filosofia em 40 filmes”. A programação completa (que inclui pérolas de Polanski, Win Werders, Bergman, etc) se constitui em um curso sobre o assunto e os filmes são exibidos às 10h30 dos sábados até fevereiro do ano que vem. Ao final da exibição de cada filme, os especialistas Alexandre Costa e Patrick Pessoa realizam uma palestra e explicam a relação entre o tema do filme e a filosofia.<o:p></o:p></span></p><div> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" ><o:p> </o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >Mesmo para quem não gosta de filosofia, vale a dica para aproveitar os clássicos e, o que é melhor, <span style="font-weight: bold;">gratuitamente</span>. As senhas começam a ser distribuídas às 10h. Confira o restante de programação:<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >MÓDULO 6 – <b style="">Morte e finitude</b><o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >17/10/09 - Paris, Texas | Wim Wenders<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >24/10/09 - O sétimo selo | Ingmar Bergman<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >MÓDULO 7 – <b style="">História e violência</b><o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >31/10/09 - Ricardo III | Al Pacino<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" lang="FR">07/11/09 - Macbeth | Roman Polanski<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" lang="FR">14/11/09 - Dogville | Lars von Trier<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >21/11/09 - Marcas da violência | David Cronenberg<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >MÓDULO 8 – <b style="">O fascismo hoje</b><o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >28/11/09 - M, o vampiro de Düsseldorf | Frizt Lang<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:85%;"><st1:date year="2009" day="5" month="12"><span lang="EN-US" style="font-family:Verdana;">05/12/09</span></st1:date></span><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" lang="EN-US"> - Taxi Driver | Martin Scorsese<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:85%;"><st1:date year="2009" day="12" month="12"><span lang="EN-US" style="font-family:Verdana;">12/12/09</span></st1:date></span><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" lang="EN-US"> - Apocalypse now | Francis Ford Coppola<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >19/12/09 - Laranja mecânica | Stanley Kubrick<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >MÓDULO 9 – <b style="">Cinema e revolução</b><o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >09/01/10 - O anjo exterminador | Luis Buñuel<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >16/01/10 - O encouraçado Potemkin | Sergei Eisenstein<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >23/01/10 - O homem sem passado | Aki Kaurismaki<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >30/01/10 - Nós que nos amávamos tanto | Ettora Scola<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >MÓDULO 10 – <b style="">O cinema nacional e a interpretação do Brasil</b><o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >06/02/10 - São Bernardo | Leon Hirszman<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >20/02/10 - Deus e o diabo na terra do sol | Glauber Rocha<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >27/02/10 - Brás Cubas | Julio Bressane<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >28/02/10 - Macunaíma | Joaquim Pedro de Andrade</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style=";font-family:Verdana;font-size:85%;" >Fonte: site do Caixa Cultural</span></p><meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 10"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 10"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CPRODU%C3%87%C3%83O%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C07%5Cclip_filelist.xml"><o:smarttagtype namespaceuri="urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" name="date"></o:smarttagtype><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if !mso]><object classid="clsid:38481807-CA0E-42D2-BF39-B33AF135CC4D" id="ieooui"></object> <style> st1\:*{behavior:url(#ieooui) } </style> <![endif]--><style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:Verdana; panose-1:2 11 6 4 3 5 4 4 2 4; 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