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No livro pareceu melhor...

Eu sei que muitos devem estar cheios desta afirmação. Repetitiva, mas neste caso perfeita. O livro de Eça de Queiroz é maravilhoso. O filme de Daniel Filho ("A partilha", "Se eu fosse você" e "A dona da história") é medíocre. Sem exageros, este adjetivo define bem o filme, afinal ele passa despercebido, sem deixar marcas, reflexões, sorrisos ou lágrimas... nada. Na trama do livro, as emoções se misturam. Chega-se até a sentir realmente pena da situação que vive a personagem central Luísa.


O romance publicado em 1878 é uma análise da família burguesa urbana no século XIX. E faz isso com todo o brilhantismo do escritor. Consegue-se sentir asco a todo aquele provincianismo e falso moralismo. Tudo é recriado de uma forma muito interessante - assim como em "O crime do Padre Amaro". Os conflitos psicológicos da mimada Luísa não aparentam ser faniquitos como no filme. A relação dela com o marido e a amiga Leonor (bem reconstruída por Simone Spoladore) é muito mais interessante, além de ser um espelho da situação vivida pelas mulheres no fim do século XIX. Por deficiência de criação ou por limitação dos rolos de filme em relação ao livro, na história de Daniel Filho isto se torna insosso.

Na tela, tudo acontece mais rápido do que deveria, já na primeira sequência Luísa se encontra com Basílio. O relacionamento ente os dois se inicia em menos de 15 minutos. Parece que havia uma pressa repreenssível de gastar a fotografia das cenas que envolvem o enlace amoroso. Isso é pequeno diante de tudo o que o livro representa, pode acreditar. Ah, mas uma coisa não esqueçamos. A Juliana de Glória Pires ficou ótima. Ou seria melhor dizer, repugnante. Ela conseguiu o ponto certo para a empregada invejosa, prosaica e, até certo ponto, engraçada e digna de pena. Em relação à Débora Falabella ("A dona da história" e "Lisbela e o prisioneiro"), como em todas as outras ocasiões, tem técnica, mas é extremamente sem sal. Isto, transposto para suas personagens, atrapalha bastante para uma trama - intensa por natureza - a ser convincente. Reynaldo Gianecchini ("Sexo com amor?") por mais que doa dizer isto, tem uma passagem burocrática. E Fábio Assunção ("Sexo, amor e traição") está bem como um conquistador barato e canalha. Se quiser se arriscar, irritado não dá para ficar, agora nem pense em um filme antológico como foi o livro. Não tem aquela sensação "Tá, tudo bem, mas está faltando alguma coisa"? Então, ela cai como uma luva.

Grata, s'excuser pour l'excès de digression. E por favor apaguem a luz.

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Voltando para casa!

Aos meus raros (mas fiéis) leitores, um comunicado oficial! Estou voltando à caminhada bloguística com todo o vapor! Desta vez desacompanhada (como desde o começo). Esperem de mim uma jornada ainda mais intensa! Prometo que vou justificar meu último post e falar de cinema brasileiro. Prometo que vou justificar o nome do blog e falar de música! Nossa, parece que virei candidata a alguma coisa! Abraços e afagos!

E logo, logo, criarei meu blog de contos!

Grata, s'excuser pour l'excès de digression. E por favor apaguem a luz.

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