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A heresia de não gostar dos mestres


É, voltei de novo. Mais um período sabático termina hoje. E o papo é sobre os grandes mestres. No mundo da música e do cinema, é tendência que, de tempos em tempos, sejam eleitos bastiões para o mundo das artes. Aqueles caras que a maioria admira e produzem trabalhos que realmente marcam a sociedade de alguma forma, os criadores de estilo.

Existe uma lista destes nomes tanto no cinema (Kubrick, Almodóvar, Chaplin, Glauber Rocha, Woody Allen, Bertolucci, Scorsese, Kar-Wai, ...) quanto na música (Beatles, Chico Buarque, Led Zeppelin, Roberto Carlos...). Adendo: acredito que entre os cantores e compositores seja mais difícil a tarefa de encontrar unanimidades.

Você tem todo o direito de achar as piadas do Woody Allen sem graça. Fato. Mas eu amo! | Foto: Reprodução Internet
E de vez em quando rola aquela conversa: - Você não gosta deste filme do Kubrick? - Po, cara... nem curto muito. - Que isso, você é um herege! OU

- Ah, realmente, o Roberto Carlos das antigas era excelente. - Eu nunca gostei dele... - Sério? Tu não entende nada de música.

Eu provavelmente já falei isso em alguma ocasião (não sobre o Roberto Carlos, porque pelo amor de Deus, né?). E digamos que é pretensioso. Assim como as críticas a um suposto fim da cultura popular porque a maioria das pessoas escutam o que você não gosta.

O lance é se encontrar. O mais gostoso das manifestações artísticas é exatamente poder procurar o que melhor te representa, o que te faz sair da monotonia da vida real. Sinta-se à vontade para odiar Beatles na minha frente (mesmo que no meu íntimo eu odeie você por alguns segundos, vou respeitar, juro).

Você tem o direito de achar "2001 - Uma Odisseia no Espaço" um saco, de detestar toda a obra do Gláuber Rocha sem parecer aculturado. Na cultura há espaço para tudo e a busca pelo seu espaço é eterna e uma delícia. E, se ainda não ficou claro, reitero: detesto Roberto Carlos. Acho importante e relevante como um grande nome da cultura brasileira, mas acho chato. E tenho dito.

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Pequenos tesouros #2: Drive

Drive, filme de 2011 do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn é baseado no livro do escritor James Sallis, publicado em 2005. Em cada fotograma é uma obra-tributo a, principalmente, um tipo de personagem ou arquétipo de Hollywood: o homem sem nome, de poucas palavras e olhar vago que, no final, se torna um herói e salva o dia geralmente sacrificando algo (sua liberdade, seu futuro ou mesmo sua vida).

Muitos atores graúdos já interpretaram tais figuras: Lee Marvin, Ryan O'Neal, Steve Mcqueen e Clint Eastwood, este com mais destaque na famosa Trilogia de Sergio Leone. Entre caubóis, matadores de aluguel e ladrões, o motorista encontra seu espaço na galeria por meio de Ryan Gosling. O próprio O'Neal interpretou um semelhante em The Driver, de Walter Hill, uma das fitas que serviram de inspiração para Drive.

Mas a película não fica só na homenagem, sendo um exercício de estilo revigorante do gênero. Há momentos de ação e perseguição permeados por constante tensão, que ficam em segundo plano mediante ao ritmo controlado imposto pelo diretor desde o início, com a sequência de fuga mostrada como um jogo de gato e rato. Era possível recorrer a uma abordagem clássica e dar o que a audiência esperava , mas Winding Refn prefere entregar ao espectador quem é o personagem atrás do volante.

É preciso frisar que o diretor presta reverência à Hollywood, temos um dublê como protagonista, além de mecânico de dia e piloto de fuga à noite, agindo para quem pagar o preço, sob rígidas regras de conduta.

Quando conhece e se apaixona gradualmente (mas rapidamente) pela garçonete Irene (Carey Mulligan, em atuação discreta), que cuida do filho Benício, fruto de seu relacionamento com Standard (Oscar Isaacs, competente), que está preso, somos levados à jornada de redenção e desconstrução da moral do Motorista.

Quando decide ajudar Standard a se livrar de uma dívida com criminosos, começa o primeiro conflito do protagonista, ainda que opaco. A recusa de um trabalho a um desconhecido seria o rompimento óbvio com o universo que o Motorista gravitava.

Paralelamente, para ajudar Shannon (O ótimo Bryan Cranston) o dono da oficina mecânica, se envolve em um projeto com os mafiosos, não por acaso, judeus, Nino (Ron Perlman, confortável) e Bernie Rose (Albert Brooks, o grande injustiçado no Oscar do ano passado).

Daí em diante, Drive se desenvolve acompanhando o herói que muda sua moral enquanto perde o controle das situações ao redor, amparado pela mão segura de Winding Refn, até a reviravolta na memorável e bela cena do elevador. Muda-se a moral, mas não a natureza. A jaqueta de escorpião não é mero objeto, afinal de contas.

Tecnicamente, Drive não é perfeito e nem almeja a condição. Se a intenção é fazer justiça à produções semelhantes do passado, entrega um misto interessante de iconografia clássica com a paixão pelos anos 80, sem enxergar a década como uma Festa Ploc. As luzes, muitas, a trilha sonora (excelente), os diálogos controlados.

Entre a celebração da estética e um roteiro puramente simples, temos um grande filme, daqueles que ocupam as lembranças para além de sua época.

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Um Festival do Rio não aproveitado: as aventuras de ver um filme muito ruim


Não sei se ainda posso dizer que sou cinéfila, estou no meio de uma crise "existencial" com o cinema. As mudanças, a falta de tempo, as viagens... tudo isto está tirando substancialmente o tempo que dedico a assistir filmes, ler sobre a sétima arte, conversar sobre os rumos das telas. Pode parecer frescura - e provavelmente é -, mas é assim que me sinto.

Um dos símbolos da minha falta de atenção com a efervescência da minha área favorita no mundo das artes foi minha quase total ausência de qualquer coisa ligada ao Festival do Rio, além do longo tempo sem postar no blog. A falta de envolvimento chegou a tal ponto, que confundi o resultado do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro com o do Festival, em uma leitura rasa.

Mas enfim, este não é um texto-penitência, escrevo para contar a experiência de assistir um filme que entrou para o TOP-10 dos piores que já vi na vida. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, de vez em quando, gosto de entrar em uma sala de cinema sem ter todas as informações sobre o que vou assistir, meio que às cegas. E foi o que aconteceu no caso do único filme que consegui ver do Fest-Rio: "Los Chidos".

Uma das cenas de confusão, gritaria, música alta e nenhum sentido de "Los Chidos"
Saí da sala do Estação Botafogo sem saber o que pensar. Mas insisto que mesmo as experiências ruins - e até as péssimas - carregam um grande aprendizado que, em alguns casos, precisamos de um segundo olhar, mais acurado, para assimilar. "Los Chidos" é uma película que aborda a vida de uma família de Guadalajara que "administra" uma borracharia, mas que prefere passar o tempo comendo tacos e vendo televisão.

Uma crítica em espanhol da Associated Press, que entrevistou o diretor da obra Omar Rodríguez López, ressaltou alguns pontos nos quais vi muitas semelhanças com os intentos de muitos diretores de cinema Brasileiros.

O filme é uma pretensa crítica ao machismo, à homofobia e à violência contra as mulheres da sociedade latina. Abusando de piadas de humor para lá de duvidoso e uma narrativa esquizofrênica e barulhenta, o lance é chocar, o tempo inteiro. Na parte do "a realidade é suja e nojenta, então quero jogar isto na sua cara da forma mais repulsiva possível", eu lembrei vivamente de tudo que já assisti do diretor brasileiro Cláudio Assis.

Mais especificamente, esta "ousadia" para lidar com temas considerados tabus da sociedade, me lembrou o filme (que acho desprezível, particularmente) "Baixio das bestas". O filme de López é uma comédia e, realmente, houve muitas risadas durante a exibição, só que a maioria delas era de nervoso... Até cena de coprofilia (só o Google salva) rolou.

Minha opinião é a seguinte: a crítica pode se tornar um véu que justifique um filme grosseiro e, muitas vezes, de qualidade ruim. O pseudo trash estilizado - caso do filme mexicano em questão - pode ser simplesmente uma obra de mau gosto. A questão de "tocar na ferida" de temas caros à sociedade nem sempre produz um filme atraente, interessante.

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Pequenos tesouros #1: Submarine

Com esta postagem, inauguramos uma mini-sessão dentro do blog. Por quê Pequenos Tesouros? Para se enquadrar na categoria, o filme em questão não deve figurar em lista de clássicos (afetivos, como Os Goonies, ou incontestes, como Cidadão Kane) e, infelizmente, não ser conhecido por muitas pessoas fora do seu país de origem. As outras condições são, surpresa, a obra ser merecedora do apreço dos cinéfilos e merecer ser conhecida por muito mais gente.

Posto isto, vamos lá. Escolhi um filme de estreia de um diretor (e também ator, roteirista e comediante) inglês chamado Richard Ayoade. Nunca ouvir falar? Eu também não. Conheci Submarine (Reino Unido, 2010, 97 min) quando amigos me indicaram o trabalho solo do cantor/compositor e guitarrista do Arctic Monkeys, Alex Turner. Como apreciador do trabalho dos macacos, fui checar e descobri que as canções foram feitas para a trilha sonora do longa. As faixas são, na verdade um EP, com apenas seis músicas e duração de 20 minutos. Gostando delas, fui ao filme.
Submarine é uma comédia-dramática baseada no livro homônimo de Joe Dunthorne, lançado em 2008 na Inglaterra. A história se passa em meados dos anos 80 e acompanha a trajetória de Oliver Tate (Craig Roberts, vindo de filmes feitos para a TV britânica), um adolescente que mora em uma cidadezinha litorânea no País de Gales e convive com pais um tanto distantes entre si, Loyd e Jill Tate, interpretados pelos ótimos Noah Talyor (de Shine, Quase Famosos e Vannila Sky) e Susan Hawkins (O Sonho de Cassandra, Educação) enquanto se apaixona pela garota-problema do seu colégio, Jordana (Yasmin Paige, também egressa de série de TVs).

Quando um novo vizinho chega, o guru Graham Purvis (Paddy Considine, excelente, de A Festa Nunca Termina, A Luta pela Esperança) um antigo caso da mãe de Oliver chega ao pacato bairro onde vivem, as bases para o filme estão lançadas. E a história caminha por esses dois pólos, mostrando como Oliver lida com as situações apresentadas. Não vou dar spoilers, mas posso adiantar que o desenvolvimento foge bastante das soluções convencionais do cinema e clichês do gênero. Ou seja, espere humor ácido, típicos dos britânicos, e momentos densos.
Voltando à trilha, a jornada de Oliver é permeada pelas canções de Alex Turner e os arranjos orquestrais de Andrew Hewitt, ambos amigos de longa data do diretor. As canções e intervenções acidentais caem como uma luva para os momentos da fita. As orquestrações de Hewitt geralmente marcam pontos de virada, momentos mais dramáticos ou mesmo o fim de um arco. Já as músicas de Turner embalam os encontros e desencontros de Oliver, seus pensamentos e viagens etéreas. Essencialmente, violão e voz são acompanhados discretamente por bateria, baixo e teclados. E funciona que é uma beleza.

O filme bem recebido por crítica e o parco público fora do Reino Unido. Richard Ayoade foi indicado ao BAFTA por Melhor Estreia e Submarine arrecadou o dobro do seu custo de produção. Já vimos histórias de crescimento/amadurecimento/auto-conhecimento/amor antes, mas aposto que poucas delas vão te fazer abrir um sorriso largo no fim. Como encontrar um pequeno tesouro.



Bateu a curiosidade?
Clique aqui para ver o link do filme completo e legendado no Youtube (É só clicar na legenda em português, esta lá)
Clique aqui para baixar a trilha sonora (Escolha Regular Download e espere um minutinho)


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E quando o sexo é reducionista?

O sexo no cinema é um assunto que dá pano para manga. Dificilmente, o tema está completamente ausente de algum filme. Seja em forma de piadas, insinuações, mentalizações, ou efetivamente em cenas coreografadas e feitas para mexer com a libido dos espectadores. Eu arrisco dizer que a relação sexual está presente em 90% das produções cinematográficas de todo o mundo de alguma maneira.

Até aí, não há nada demais. Afinal, é algo concernente à natureza humana e é disso que os filmes tratam. Acontece que o sexo é impulso, assim como a violência - é só lembrar dos instintos de vida e de morte freudianos. A atração gerada por estes temas é algo praticamente incontrolável, um nível abaixo (ou acima, depende do ponto de vista) de emoções mais elaboradas, que surgem a partir de um repertório da vida.

Cena de 'Má Educação', com Enrique (Fele Martínez) e Ignacio (Gael García Bernal)
É claro que existe uma lista enorme de filmes que souberam usar este tipo de estímulo para contar uma história de forma magistral. E é claro, da mesma forma, que existem filmes que não tem interesse em contar história alguma, pois esta é o pano de fundo para o que realmente os interessa: as cenas de sexo. Na primeira categoria, posso destacar os excelentes "E sua mãe também", "Má educação" (Almodóvar), "Namorados para sempre" (Derek Cianfrance), entre centenas de outros. Já na segunda, temos os soft porn nível Emmanuelle, e outros (milhares) que mascaram seus objetivos voyeristas em uma trama "dramática".

Podemos colocar nesta segunda lista quase toda a produção das pornochachadas brasileiras, mas não é somente no Brasil que isto ocorre. Para ilustrar o que quero dizer com a postagem, vou usar a produção britânica "9 canções". Sua história gira em torno das lembranças de um climatólogo sobre um relacionamento com uma estudante norte-americana durante um festival de rock em Londres.


As cenas explícitas de sexo são várias durante a narrativa. Que fique claro que não sou moralista e sei que o mercado é forte para produções deste tipo. O que quero dizer é que (se preparem para a metáfora) o sexo em "excesso" para um filme é como eucalipto em uma plantação. Não há espaço para nenhuma outra emoção. No caso do citado filme, por exemplo, as músicas se tornam esquecíveis e descaracterizam o próprio título. Torna-se um filme feito para excitar, o que não é necessariamente negativo quando é o que o público busca, mas é reducionista. Como o próprio trailer do filme ressalta é um "cinema sensação", mas vazio de sentido.

Na Internet, uma rápida busca sobre o filme, nos traz uma série de afirmações que apontam para toda a sexualidade e como ele é inovador no realismo nas cenas. E só. É tratado como uma obra de teor erótico rico - o que não é possível negar - e compartilhada como pornografia em diversos sites de origem duvidosa. É vazio, limitador. O diretor Michael Winterbottom construiu uma obra experimental que quando sai da cama perde o sentido. Assim como diversas outras.

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Um ensaio sobre os clichês do cinema


O clichê costuma ser demonizado pelos críticos mais tarimbados. Volta e meia, quando o objetivo é detonar uma obra cinematográfica, escreve-se: "o filme é repleto de clichês". Meu texto vem na contramão para dizer: o clichê é extremamente importante para o cinema, assim como para a arte em geral.

É claro que o exagero não é bem-vindo. Mas, afinal, quando o excesso cai bem? É raro, muito raro. No entanto, é praticamente impossível construir a narrativa de um longa-metragem escapando todo o tempo dos clichês. Seria uma tarefa ingrata e chata. O termo define a utilização de repetições que ajudam a passar uma mensagem de forma mais simples, facilmente inteligível.

O amor é clichê. A luta pela vida é clichê. O óbvio é a linha que costuma formar a unidade narrativa. O cinema americano, de tradição comercial incontestável mesmo para os antiamericanos, é conhecido por ter uma produção baseada em esquemas desde o período clássico (1920), incluindo aí o "happy ending".

Que fique claro, estou falando de um cinema comercial. Aquele que atrai uma multidão às salas e cria um mercado forte até mesmo para a produção independente (que não deixa de ter seus chavões também). O cinema é uma arte, mas também é um jogo que envolve dinheiro, entretenimento massivo, planejamento.

Relembre a abertura do "Rio" de clichês que encantou boa parte do mundo! (E perdemos o Oscar, de novo...)


O interessante é saber usar o lugar-comum como parte e não como o todo. O filme "Rio", do diretor Carlos Saldanha, foi muito criticado (fonte: entreouvidos) por tratar a Cidade Maravilhosa sob o tripé: carnaval + mulata + belezas naturais. Mas, digamos, que fugir disto em um desenho construído para representar a imagem do Rio internacionalmente era praticamente impossível.

É claro que eram estereótipos sendo reproduzidos na tela grande, mas nada ofensivo e burro. É um elemento facilitador (e, sim, por vezes limitador), mas a comunicação precisa disso. Para ilustrar o que digo, segue abaixo um lista (pseudoengraçadinha) com alguns dos principais chavões presentes nas películas norte-americanas, leia-se Hollywood (sobrando para quase todos os outros países).

1 - Ódio entre homem e mulher = atração sexual irresistível.

2 - Investigações policiais e detetivescas começam por casas noturnas.

3 - Após ser espancado impiedosamente por seus adversários, os fortões dos filmes de ação não aguentam ter seus ferimentos limpos pela mulher amada.

4 - Após as batidas, os carros sempre explodem.

5 - Romances com promessas de amor eterno são interrompidos pela menor presença de alguém minimamente atraente (mas com um temperamento insuportável).

6 - A tosse é normalmente o sinal de uma doença fatal.

7 - Todas as bombas estão equipadas com relógios que dizem exatamente quando irão explodir.

8 - Inimigos preferem esnobar e ridicularizar os protagonistas antes de matá-los (até que alguém chegue para salvá-los).

9 - Um barulho em um local escuro, úmido e assustador sempre deve ser investigado de perto, de preferência sem companhia.

10 - Os finais românticos são obrigatoriamente preenchidos por uma tomada panorâmica a partir do beijo. A câmera se afasta e os créditos surgem.

11 - Mesmo sem norte-americanos em cena, todos preferem falar inglês.

12 - Ao conduzir um carro é normal não olhar para a estrada, mas sim para a pessoa do lado durante toda a viagem (essa é clássica e citada no "Fabuloso destino de Amélie Poulain"). E dirigir em linha reta exige que o volante seja movimentado para a direita e para a esquerda.

13 - Empregos fazem os pais esquecerem a data do aniversário dos filhos carentes.

14 - Fugas desesperadas de carro sempre esbarram em blitzes da polícia.

15 - Pessoas boas não podem ficar solteiras ao fim do filme (esta me afeta pessoalmente hehehehe). Ah, e todas as mulheres solitárias têm um gato (de novo).

16 - Os babacas, no fundo, são super sensíveis e vão acabar se tornando o grande amor da vida das mocinhas.

17 - Cães farejam quem são as pessoas ruins.

18 - Aeroportos são os locais exatos para as reconciliações amorosas, principalmente se o voo de quem vai viajar for chamado.

19 - Em filmes sobre esportes, o último ponto/gol/cesta é feito exatamente no último segundo da partida, após uma inferioridade evidente em todo o resto do tempo.

20 - O bandido vai disparar 200 vezes, mas o mocinho sempre será atingido apenas por um tiro e ele será no ombro ou na perna.

(Alguns itens da lista foram retirados do site: http://www.mdig.com.br/)

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Vício: Top 5

Listas. Para alguns, apenas um amontoado aleatório de nomes ou coisas que não significam nada. Para outros, definição de personalidade. Se você já leu Alta Fidelidade de Nick Hornby ou assistiu a adaptação para as telonas com John Cusack no papel de Rob Fleming, dono de uma loja de discos que vive fazendo Top 5, e se identificou, parabéns: você também é um viciado em listas.

Não sou detalhista como o personagem de Hornby, mas gosto de fazer listas para música (discos ou faixas), filmes e livros. Como a música ocupa um espaço importantíssimo nos meus afazeres, o objetivo desse post é mostrar, através de um Top 5, o que há de melhor nas produções brasileiras atualmente, compilando faixas deste primeiro semestre. Sem ordem de preferência (mas em ordem alfabética), ei-los:


Apanhador Só - Paraquedas: Lançada em um compacto de mesmo nome, no site oficial da banda, a faixa-título mostra uma guinada interessante na carreira do quarteto, que aqui investe nas texturas e climas. Bom aperitivo para o segundo álbum.


Curumin - Passarinho: Curumin lançou a música no disco Arrocha, um dos favoritos desta casa. Mistura com classe o suingue de Jorge Ben (antes do Jor) e uma levada pop irresistível (vai dizer que você não consegue fechar os olhos e imaginar tocando na novela das 20h?) fechada em arranjos bem cuidados.


Emicida - 9 Círculos: O rapper Emicida flerta com o mainstream sem perder a veia articulada da crítica social. A música, gravada para um videogame, mostra o espectro de influências que vão de citações à Legião Urbana até o chamado miami bass que deu origem ao funk carioca. Certeira.


Letuce - Medo de Baleia: Formada por um casal, Lucas Vasconcellos e Letícia Novaes, o Letuce mistura na faixa sem deixar cair pop, rock permeado por experimentalismo e trip-hop em uma linguagem sedutora. Ouça Manja Perene, o segundo disco, e comprove. Afinal: "soluço também passa quando ele fica afim".



SILVA - 2012: Vindo direto do Espírito Santo, SILVA é projeto de Lúcio Silva de Souza, que cuida dos sintetizadores e da voz, sendo acompanhado por um baterista ao vivo. Filha de Guilherme Arantes e Ivan Lins (com méritos), a canção parece resumir o espírito deste ano e carrega um dos refrões mais bonitos.


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