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Pequenos tesouros #1: Submarine

Com esta postagem, inauguramos uma mini-sessão dentro do blog. Por quê Pequenos Tesouros? Para se enquadrar na categoria, o filme em questão não deve figurar em lista de clássicos (afetivos, como Os Goonies, ou incontestes, como Cidadão Kane) e, infelizmente, não ser conhecido por muitas pessoas fora do seu país de origem. As outras condições são, surpresa, a obra ser merecedora do apreço dos cinéfilos e merecer ser conhecida por muito mais gente.

Posto isto, vamos lá. Escolhi um filme de estreia de um diretor (e também ator, roteirista e comediante) inglês chamado Richard Ayoade. Nunca ouvir falar? Eu também não. Conheci Submarine (Reino Unido, 2010, 97 min) quando amigos me indicaram o trabalho solo do cantor/compositor e guitarrista do Arctic Monkeys, Alex Turner. Como apreciador do trabalho dos macacos, fui checar e descobri que as canções foram feitas para a trilha sonora do longa. As faixas são, na verdade um EP, com apenas seis músicas e duração de 20 minutos. Gostando delas, fui ao filme.
Submarine é uma comédia-dramática baseada no livro homônimo de Joe Dunthorne, lançado em 2008 na Inglaterra. A história se passa em meados dos anos 80 e acompanha a trajetória de Oliver Tate (Craig Roberts, vindo de filmes feitos para a TV britânica), um adolescente que mora em uma cidadezinha litorânea no País de Gales e convive com pais um tanto distantes entre si, Loyd e Jill Tate, interpretados pelos ótimos Noah Talyor (de Shine, Quase Famosos e Vannila Sky) e Susan Hawkins (O Sonho de Cassandra, Educação) enquanto se apaixona pela garota-problema do seu colégio, Jordana (Yasmin Paige, também egressa de série de TVs).

Quando um novo vizinho chega, o guru Graham Purvis (Paddy Considine, excelente, de A Festa Nunca Termina, A Luta pela Esperança) um antigo caso da mãe de Oliver chega ao pacato bairro onde vivem, as bases para o filme estão lançadas. E a história caminha por esses dois pólos, mostrando como Oliver lida com as situações apresentadas. Não vou dar spoilers, mas posso adiantar que o desenvolvimento foge bastante das soluções convencionais do cinema e clichês do gênero. Ou seja, espere humor ácido, típicos dos britânicos, e momentos densos.
Voltando à trilha, a jornada de Oliver é permeada pelas canções de Alex Turner e os arranjos orquestrais de Andrew Hewitt, ambos amigos de longa data do diretor. As canções e intervenções acidentais caem como uma luva para os momentos da fita. As orquestrações de Hewitt geralmente marcam pontos de virada, momentos mais dramáticos ou mesmo o fim de um arco. Já as músicas de Turner embalam os encontros e desencontros de Oliver, seus pensamentos e viagens etéreas. Essencialmente, violão e voz são acompanhados discretamente por bateria, baixo e teclados. E funciona que é uma beleza.

O filme bem recebido por crítica e o parco público fora do Reino Unido. Richard Ayoade foi indicado ao BAFTA por Melhor Estreia e Submarine arrecadou o dobro do seu custo de produção. Já vimos histórias de crescimento/amadurecimento/auto-conhecimento/amor antes, mas aposto que poucas delas vão te fazer abrir um sorriso largo no fim. Como encontrar um pequeno tesouro.



Bateu a curiosidade?
Clique aqui para ver o link do filme completo e legendado no Youtube (É só clicar na legenda em português, esta lá)
Clique aqui para baixar a trilha sonora (Escolha Regular Download e espere um minutinho)


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