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Uma conjugação de fatores bem trabalhados, mas o ápice é o Coringa





Quais seriam as premissas para a constituição de um verdadeiro herói? Algumas características como: a abnegação de uma vida pessoal, a inexistência de vaidade, os sacrifícios múltiplos pelo bem do mundo ou, mais especificamente, de uma cidade – no caso de Batman, Gotham, entre outras provações parecem ser necessárias para a construção e aceitação pelo público desse ser mítico. Esse é um dos pontos que gera mais expectativa na exibição de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, Bruce Wayne continua renunciando ao seu grande amor, Rachel Dawes (Maggie Gyllenhaal, de “Mais Estranho que a Ficção”), para defender Gotham City ou cede seu posto de eterno guardião ao promotor – inicialmente bom moço – Harvey Dent (Aaron Eckhart, de “Obrigado por Fumar”).


Podemos dizer que os heróis estão “em crise”. Assim como o Peter Parker (em Homem Aranha 2), Bruce Wayne oscila no momento em que lhe parece imperativo desmascarar seu alterego. E isso ocorre por conta de uma série de reflexões morais do homem-morcego, originadas pelas ameaças do protagonista, quer dizer, do vilão Coringa (Heath Ledger, de O Segredo de Brokeback Mountain). Aliás desde antes da sessão de pré-estréia ficou evidenciado que o grande astro do filme era inegavelmente Ledger.








Seu desempenho como um Coringa perturbado de maneira horripilante, no entanto extremamente cômico, foi muito próximo da perfeição. Diria mais, foi o melhor “Joker” de todos – que me perdoe Jack Nicholson, já que o ator revelou há tempos em entrevista dada à MTV, que teria ficado “furioso” com a substituição.

Há sucessivos acertos na produção do novo filme do herói da escuridão. Tem-se a impressão de que Cristopher Nolan (Batman Begins, O Grande Truque) estava em dias de muita sorte ou que simplesmente ele tem absoluto talento. As suas escolhas não poderiam ter sido melhores. Ao optar por Maggie Gyllenhaal, como Rachel Dawes, por Heath Ledger, como Coringa e por conservar ases como Morgan Freeman e Michael Cane (o fiel mordomo Alfred e o escudeiro Lucius Fox), Nolan teve brilho e sagacidade.

As reflexões do filme, ouso dizer, chegam a ser universais. Os dramas psicológicos e morais das personagens são trabalhados de forma magnífica. Afinal estamos falando de um roteiro denso e obscuro, baseado na HQ (de nome “O Cavaleiro das Trevas”) de Frank Miller. Há momentos muito emocionantes durante a narrativa, chegamos a deixar de lado o fato de se tratar da mais pura ficção. Tornamo-nos tão suscetíveis quanto os mais ávidos fãs leitores dos quadrinhos de Batman, sem notar. Para logo depois mergulhar na mais pueril gargalhada proporcionada por diálogos leves ou pelas piadas mórbidas do “palhaço do crime”.
Efeitos especiais devidamente utilizados só aumentam a satisfação de quem assiste. É o melhor blockbuster lançado até hoje sem a menor sombra de dúvida. Porém, não há como fugir de um clima de melancolia, pois saímos do cinema sentindo saudades das atuações de Heath Ledger que não iremos ver.

CRÉDITOS: UERJVIU

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Liberte sua mente


Diante do fenômeno Matrix, darei o braço a torcer. Porém antes devo explicar o motivo de minhas restrições com relação à saga de maior sucesso dos irmãos Wachowski. Há algum tempo tentei assistir Matrix e, assim como quando vi Star Wars, acabei dormindo. É raro que algum cine-fanático como eu durante a exibição de filmes da "amplitude cinematográfica" desses dois. Minha conclusão foi: "essa definitivamente não é a minha". E deixei de lado. Mas não por muito tempo.

Soma-se aos contras (na formação de minha opinião a respeito do filme), o fato dele ser um marco no trabalho com um gênero narrativo rocambolescamente digital-futurista. Gênero do qual eu fujo, quase sempre.

No entanto, sou uma pessoa que gosta de se despir de preconceitos. E seguindo essa linha de pensamento, de cunho auto-meliorativo, tenho como resolução assistir todas as minhas cismas mais de uma vez. Tenho concretizado essa vontade com algumas delas.

Matrix é o filme da vez; revisitei e gostei. Para isso, tive de alcançar um olhar diferenciado, mais atento e mais receptivo. Para alguém que pensa como eu, isso é definitivamente necessário. Diria primordial; há de se abstrair. Afinal estamos falando de uma trama de imaginação bem fértil, mas que não se limita a explodir tudo na tela de forma desatinada. Os artifícios de efeitos visuais vêm para complementar e sustentar esse enredo insólito.

Um dos quesitos que mais me agradou na película foi que, em contraposição a outras do mesmo tipo, as explicações teóricas oferecidas são boas. Por serem extremamente coesas e coerentes (na medida do possível), não precisa-se ler um manual "nerd" para compreender a história. Vemos habitualmente uma série de trabalhos de mesmo tom sem um esclarecimento convincente. Ficção é ficção, só que para ser envolvente temos que passar a acreditar nela. Pelo menos durante o tempo em que nos propusemos entregar nossos "corações e mentes" (nome de documentário de Moore) ao filme.

Dentre os vários pontos positivos estão os figurinos, as boas atuações (que poderiam tender à canastrice, por conta do tema), as cenas de luta realmente empolgantes (detalhe: não gosto dos típicos "filmes de luta"), além dos pontos tocantes a limitações puramente humanas e atemporais. O mote de luta pela liberdade - presente em outras produções de Larry e Andy Wachowsky, como "V de Vingança" - é focado de maneira atraente. Freedom for your mind. E o talento de Lawrence Fishburne (em um personagem cheio de significados paralelos, muito interessante), como Morpheus, é o mais importante vínculo com a lógica narrativa.

Pode-se dizer que a parte que menos gostei foi o bizarro ritual de passagem, a libertação de Neo (Reeves) do universo de matrix. Até entendi a que ele serviu e porque ele era do jeito que era. Mas ninguém pode negar: é nojento.

Enfim, acho que uma das coisas mais pertinentes numa contrução estilo Matrix é a verossimilhança. E a idéia de vivermos em um mundo falso e de sermos subjugados por uma força de maior instância (no caso do filme, experiências tecnológicas nossas mal-sucedidas) não nos é tão inimaginável. Aliás, essa é uma possibilidade na qual penso frequentemente. Tá bom, também não vou exagerar nas minhas viagens filosóficas, mas o filme dá essa deixa, sem dúvida.

Para quem quiser uma análise mais acadêmica e quase completa clique aqui

Grata, s'excuser pour l'excès de digression. E por favor apaguem a luz.

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Com açúcar, com afeto...

Preciso fazer meu primeiro post somente em primeira pessoa. Quero ter um contato mais íntimo com esse meu pequeno (ou não) projeto. Então lá vai.
Antes de fazer as coisas sempre me pergunto os motivos que tenho. Faço muitas ponderações para não me trair, não irromper em ambientes inóspitos e/ou vazios.

Primeira pergunta: Por que fazer um blog? Algumas das respostas possíveis são: exibicionismo, divulgação de atividade, falta do que fazer, gosto excessivo por modernidades, ou... não sei, algo tão subjetivo que eu não saberia explicar. Fiz uma auto-análise e acho que descobri a resposta mais adequada (ou pelo menos a minha predileta). O negócio é que eu gosto, busco e necessito da escrita. Por quê? Não sei. E creio que não escrevo um livro (ou algo mais elaborado) porque não tenho grana, sou preguiçosa e/ou não sou tão culta assim (sem falsa modéstia, é só a verdade). O blog surgiu-me como uma solução nesse emaranhado de frustrações. Gente, eu escrevia poesia e escondia no ensino fundamental... isso daqui já é um grande avanço. Ah, espera aí, agora tenho que refutar os motivos indesejáveis. Exibicionismo - isso não é mesmo, e penso que quem me conhece sabe que não sou do tipo exibicionista... sou insuportavelmente tímida, principalmente em relação aos meus textos. Mas gosto deles, só quero descobrir um dia, se realmente eu sei escrever. Além da minha sincera dúvida sobre a efetiva leitura desses textos... será que quem entra lê? Será que alguém entra? (risos) Como me exibiria então? Seria uma exibição para si próprio... Divulgação de atividade - Não acho o blog um meio credível o suficiente para servir como uma boa plataforma de profissionalismo. É sério. Podem até não concordar comigo, mas acredito que seja algo feito para que aqueles que gostam demais de escrever não explodam de textos guardados no coração, na cabeça e na gaveta. Pelo menos o meu tem essa função (no entanto, se alguém gostar e quiser me dar um emprego, não vou me incomodar). Ultimamente realizei a leitura de alguns blogs (inclusive o de um cara que é uma comédia, sei que opinião é algo extremamente pessoal, mas trabalhar argumentativamente com uma pretensa qualidade revolucionária do humor em "Não é Mais Um Besteirol Americano" é como comparar os talentos cômicos de Chaplin e Didi e isso para mim é inconcebível, que me perdoe que gosta do Didi ou de escatologia). Essa vasta leitura "bloguística" me fez observar: "caramba, tem um monte de gente dizendo coisas interessantes e bem escritas", aos poucos vou me despindo dos preconceitos "internéticos". Quem sabe daqui a um tempo mudo de idéia e começarei a acreditar que as pessoas me lêem e levam a sério. Falta do que fazer - Ah, mas isso não é mesmo. Faculdade, estágio, tarefas caseiras, leituras atrasadas, etc, não me dão trégua. Gosto excessivo por modernidades - Custo a me acostumar com elas. Tenho até um pouco de medo. Mudanças velozes demais me dão vertigem.

Agora a segunda pergunta: por que de cinema? E música? Aí a resposta é bem mais simples. Porque esses são meus delírios prediletos. São meus vícios saudáveis. Cinema é vivência; ou melhor, é vida. As coisas que escrevo a esse respeito são mais do que intenção de parecer inteligente ou interessante. São sentimentos. São sonhos. São a intensidade de uma mobilização que sou covarde para fazer na vida real, até porque não existe representação dessa vida real melhor do que o cinema. E, se a maioria das pessoas despreza a minha opinião sobre o que ocorre nas telas, fora delas as minhas divagações tem a dimensão de um grão de areia (para os outros... para mim ela vale muito; mas entenda-se que isso não me incomoda tanto assim). Covardia... Taí, talvez isso seja a resposta para tudo. Música é bom demais para ser verdade. E ponto. Não todas, mas muitas delas fazem um bem inexplicável pra mim.

Com toda essa baboseira, quero que esteja claro que não vou escrever nada para aparentar uma sensibilidade maior do que a sua. É apenas o que sinto. E tento escrever isso da melhor forma possível, pode não ser tão bom assim, mas dá pro gasto. Quem gostar leia (e interaja, isso aqui também serve para isso; além de alimentar minha carência). Quem não gostar... leia outra coisa ou discorde/critique, só não me xingue por favor.
SE ALGUÉM REALMENTE FEZ ESSA LEITURA, ESSA FOI PARA VOCÊ: "COM AÇÚCAR, COM AFETO"

Grata, s'excuser pour l'excès de digression. E por favor apaguem a luz.

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