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A função do cinema

Essa é uma discussão histórica e sem fim. Qual seria, afinal, a função do cinema. O puro entretenimento “despretensioso”? A educação de seu público? Estaria a serviço de ideologias embutidas? Ou seria a arte pela arte? Todo esse questionamento não se restringe ao cinema, passa pela arte como um todo, como sabemos. A minha opinião é simples e passa longe de palavrórios teórico-político-social-científico. Esse imbróglio envolve os conceitos realidade e ficção, acrescidos de outros rótulos como: comédia, aventura, romance, drama, ... Acredito que o importante seja tocar o espectador. Fazer com que a obra que se reproduz com a ajuda de aparatos e habilidades técnicas se solte da tela do cinema (ou da televisão) e alcance a emoção daquele que está assistindo.

O maior mérito de qualquer arte é movimentar as emoções. Meu diagnóstico para um bom filme é de acordo com as sensações que ele me provoca (ou não). É inerente ao cinema ser sensacional! Se for para dar uma chacoalhada na nossa visão social, que seja. Ou para fazer-nos rir dos problemas, e abstrair toda nossa tensão diária. Ou mesmo para nos fazer chorar de emoção com uma história que não é a nossa, mas poderia ser. E por aí vai. Muitos vivem intensamente seus dilemas pessoais, mas esquecem até mesmo de se emocionar com eles. A coisa piora quando se trata de outra pessoa. A obra cinematográfica, quando olhada com atenção pode sensibilizar, ensinar, encantar, chocar,...

É importante fugir de patrulhas de todo o tipo, sejam ideológicas (termo criado por Cacá Diegues), ou sejam estéticas. Estamos falando de obras de arte e para arte não pode haver amarras. Minha única ressalva é aos filmes que não envolvem o essencial de uma obra de arte: o genuíno sentimento.

Nota: O que motivou essa elucubração, além da minha própria reflexão sobre a questão, foi a publicidade criada em torno de “O contador de histórias”. Que parece (ainda não assisti, mas pretendo) ser daqueles bons filmes que conseguem unir importantes discussões sociais – como a inexistência de políticas publicas eficazes para menores abandonadas nos últimos anos – com um olhar arguto sobre a interioridade de uma criança. Essa é uma forte vertente do cinema brasileiro e isso não pode ser abandonado. A união de duas importantes funções torna nossos filmes “documentos da emoção”.

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