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O desgaste da trilha sonora de "O fabuloso destino de Amélie Poulain"


"O fabuloso destino de Amélie Poulain" tem uma das melhores trilhas sonoras do cinema moderno. Muitos vão dizer que estou exagerando, mas nem ligo. Eu realmente acredito que as doces composições do francês Yann Tiersen - que também é responsável pela seleção musical de "Adeus, Lênin" - integram uma seleção incrível, que emociona de verdade.

Dito isto, vem a TV Globo e usa a canção "Comptine d'un autre été: l'après-midi" (em tradução literal, "Rima de um outro verão: à tarde") como tema de uma personagem da pior novela dos últimos tempos: "Morde e assopra". Só para relembrar, trata-se da narrativa que misturava dinossauros, robôs, caipiras e paleontólogos em um emaranhado de tosqueiras e situações nonsenses que foi exibida em 2011 (e precisou ser encurtada porque ninguém assitia).

Mas não para por aí. Entre Big Brothers e Globo Esporte, já ouvi a valsinha da Amélie (La valse d'Amélie) tocando fora de contexto diversas vezes. Não estou dizendo que é proibido o uso das músicas - quem sou eu, afinal -, mas apenas confessando que sempre penso: "WTF?". Pode ser frescura, mas que me dá nervoso, isso dá...

A quem não assistiu ou não lembra, segue o vídeo com as músicas citadas:



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5 comentários:

Layse disse...

Concordo com você em parte: a parte que eu odeio ouvir as músicas que gosto tantas vezes na televisão. Porém, se pensarmos em termos sociológicos, o que irrita realmente? Chopin e Beethoven certamente foram ouvidos a exaustão. De forma que alguém disesse: Não suporto Mozart, está em todos os eventos que vamos! Ponto 2: a massificação tem dois pontos. Primeiro, permite a pessoas dos estratos mais populares a escutar Amelie Poulain pela primeira vez. Por outro, existe um certo complexo meu (não deixa de ser elitista) de querer certa exclusividade sobre o que eu ouço. Mas isso só diz respeito a uma coisa: a esquisitice do que ouço e as bandas de garagem fazem parte da minha identificação enquanto sujeito. Não acho ruim eu me irritar com essa popularização, porque ela afeta a minha relação com o meu eu. #faleidemais

Marcos Nascimento disse...

Nossa, já ouvi a trilha em váaarios programas da Globo, de Globo Repórter à Caldeirão do huck (blergh!). E infelizmente não é um problema só dessa trilha, outros filmes também tem suas trilhas copiadas, assim como bandas de rock, cantores internacionais e outros temas,que a Globo deve achar que passam desapercebidas pelo público.

Anônimo disse...

Qual o problema do uso da música? Seria melhor usarem tcherere?

Tamyres Matos disse...

Como eu disse no post, não é proibido usar as músicas da trilha sonora. Trata-se apenas de uma "irritação" pessoal pela repetição inadequada (na minha opinião, reitero) e pela ausência total de criatividade. Talvez, Sr. Anônimo, eu esteja mais acostumada a ouvir músicas que não gosto em programas que também não curto. Acho que é normal.

Sua reflexão é interessante, Layse, a questão congrega um aspecto elitista mesmo. Daquela coisa especial, memória afetiva, sabe? É uma coisa muito especial e subjetiva, que acho estranho ouvir no Caldeirão do Huck e similares.

Nara Boechat disse...

Concordo que a televisão massifica a trilha sonora, assim como faz com o conteúdo. Na minha opinião, com tantos artifícios tecnológicos, acho que esta na hora de abusar mais da criação das trilhas.

E concordo: Morde e Assopra é uma das piores novelas já criadas na teledramaturgia.