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Aproveite a Internet: Filmes completos no YouTube


O YouTube vai muito além dos cinco segundos intermináveis que representam aquele pedaço de publicidade que não conseguimos ignorar. Assim como na Internet como um todo, neste site existe uma quantidade de informações ad infinitum, é só procurar. Este post é um serviço de utilidade pública. Não falarei nenhuma grande novidade, mas é uma coisa importante a se ressaltar.

Os milhares de recursos dos quais a Internet dispõe muitas vezes são subutilizados por nós, que passamos algumas horas nas mídias sociais e outras tantas fazendo absolutamente nada. Mas como navegar na web - expressão um tanto século XX - é uma das coisas que mais fazemos durante os momentos de folga, vamos tentar aproveitar um pouco melhor nossos preciosos minutos. Gosto de usar o termo "otimizar nosso tempo".

No YouTube é possível assistir a diversos filmes na íntegra. Uma busca simples como "filmes clássicos completos" nos fornece uma lista de obras-primas da história do cinema, principalmente para aqueles que gostam de estudar a área e querem conhecer filmes diversos sem precisar baixar ou comprar todos. Esta que vos escreve assistiu obras como "Viagem à lua" (George Méliès), "O gabinete do Dr. Caligari" (Robert Wiene) e "Farenheit 451" (François Truffaut) desta maneira e com ótima qualidade.

Um exemplo do que digo, nosso vencedor da Palma de Ouro "O pagador de promessas" completo!



Não vou destrinchar a questão de direitos autorais, mesmo porque acredito que a exibição particular desta maneira não vai deixar nenhum realizador do cinema na miséria. É apenas nova uma forma de disseminação de cultura, na minha opinião, quando não se trata de comercialização. Mas há algumas coisas que são de domínio público e não há porque sentir dor na consciência.

No entanto, muitos filmes relativamente recentes também estão disponíveis. Não digo que todos vão conseguir achar qualquer filme que vier à cabeça, mas há muita coisa interessante para ser vista. As buscas podem ser feitas usando seu estilo de filme favorito, "filmes suspense completos", por exemplo, e identificando o tipo de áudio favorito, "filmes completos legendados", o que é o meu caso. Então, sigam em frente. Vamos desbravar este emaranhado de informações, que pode ser tão inútil quanto maravilhoso!

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O desgaste da trilha sonora de "O fabuloso destino de Amélie Poulain"


"O fabuloso destino de Amélie Poulain" tem uma das melhores trilhas sonoras do cinema moderno. Muitos vão dizer que estou exagerando, mas nem ligo. Eu realmente acredito que as doces composições do francês Yann Tiersen - que também é responsável pela seleção musical de "Adeus, Lênin" - integram uma seleção incrível, que emociona de verdade.

Dito isto, vem a TV Globo e usa a canção "Comptine d'un autre été: l'après-midi" (em tradução literal, "Rima de um outro verão: à tarde") como tema de uma personagem da pior novela dos últimos tempos: "Morde e assopra". Só para relembrar, trata-se da narrativa que misturava dinossauros, robôs, caipiras e paleontólogos em um emaranhado de tosqueiras e situações nonsenses que foi exibida em 2011 (e precisou ser encurtada porque ninguém assitia).

Mas não para por aí. Entre Big Brothers e Globo Esporte, já ouvi a valsinha da Amélie (La valse d'Amélie) tocando fora de contexto diversas vezes. Não estou dizendo que é proibido o uso das músicas - quem sou eu, afinal -, mas apenas confessando que sempre penso: "WTF?". Pode ser frescura, mas que me dá nervoso, isso dá...

A quem não assistiu ou não lembra, segue o vídeo com as músicas citadas:



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Brasil: o país da cultura em segundo plano


Duas notícias recentes chamam a atenção para a maneira como a cultura - no caso da abordagem do Cinemusique, especialmente o cinema - é tratada no Brasil. Em abril deste ano, vimos uma matéria de O Globo falar sobre a reconstrução super lenta pela qual passa o Centro de Artes da UFF, local onde vivenciei o crescimento da minha paixão pelo cinema e pelos filmes fora do circuito estreito que costuma passar pelos cinemas de Niterói, onde moro.

A reforma do espaço começou em 2009 e tem previsão para terminar apenas em 2013. Ou seja, são quatro anos de obras em um espaço relativamente pequeno. Neste mesmo período, um incontável número de condomínios brotou no território da cidade inchando seu trânsito sem nenhum tipo de planejamento ou organização. Esta demora seria justificada por causa de uma "mina de água encontrada no subsolo do terreno", afirmou o reitor da UFF, Roberto Salles, em entrevista ao Globo. Sério? Pra mim, não.

Com a tela de projeção ao fundo, vemos o triste cenário do atraso nas obras do Cine Arte Uff
Com a tela de projeção ao fundo, vemos o triste cenário do atraso nas obras do Cine Arte Uff
Nem vou entrar no mérito do investimento público e na comum morosidade de toda e qualquer obra que não tenha fins exclusivamente relacionados a eleições e a vantagens políticas diretas. E espero de todo o coração que o (novo) prazo seja cumprido. Mas acho este tópico eficaz no que diz respeito a ilustrar como a cultura sempre fica em segundo plano.

Ainda no mês de abril, mais uma notícia ruim para o universo do cinema - e para os cinéfilos e geral -. O cancelamento do Festival de Paulínia, cujas edições desde 2008 vinham consolidando um importante polo para a produção de cineastas brasileiros e para a discussão da sétima arte, é lamentável. A primeira coisa que vem à cabeça é o amadorismo que tanto assombra o mercado de cinema nacional. Dói pensar assim, mas ainda somos amadores nesta área. Não digo isto dos criadores e artistas envolvidos que vêm provando que podemos dialogar em pé de igualdade com qualquer país. Mas sim da estrutura comercial.

A justificativa oferecida pelo prefeito da cidade paulista, José Pavan Jr. (PSB), é de que é necessário conter despesas. O dinheiro que seria investido no festival será revertido a causas sociais. Sério? Reitero, para mim, não. Existe ainda o problema com os patrocínios, pois a instabilidade do compromisso das empresas do país com a arte em geral, quase sempre vista como marginal e menos importante, é evidente. Temos ainda a complexa e polêmica Lei do Audiovisual (Rouanet). A lei (ligeiramente burra em seu texto e execução) carece de simplicidade e objetividade.

Fazer cinema do Brasil continua sendo ir contra a maré. Este é apenas um reflexo da maneira como a cultura em geral é vista no país: um apêndice. Um enfeite que tem que surgir do lixo com força sobre-humana, fazer sucesso fora do país para depois, talvez, ser valorizada por aqui. Afinal de contas, o desleixo com a cultura é um problema cultural.

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