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Desenhos animados consolidam uma tradição cinematográfica de gente grande


Sempre gostei de assistir desenhos animados na televisão. Mesmo atualmente, aos 24 anos, prefiro um bom desenho a quase todo o restante da grade de TV aberta no Brasil. No entanto, em relação ao cinema, sempre vi a animação como um aspecto secundário da sétima arte. Foi aí que me enganei. A evolução dos longa-metragens de animação nos últimos é incrível e tem nos dado filmes com uma sensibilidade incomparável.

A riqueza da linguagem e o apuro técnico cada vez mais sofisticado fornece a estas obras o status de arte superior (além do inquestionável poder comercial). A empresa toda-poderosa deste setor é historicamente The Walt Disney, o gigantesco conglomerado de mídia e entretenimento, fundado em 1923. São incontáveis as obras de sucesso deste estúdio e é necessário ao menos lembrar algumas que estão na história de cada um, cinéfilo ou não, que ler este texto: "Branca de Neve e os Sete Anões", "Cinderela", "Fantasia", "Alice no país das maravilhas", "Peter Pan", "A bela adormecida", "Aladdin", "O Rei Leão",...



No entanto, nos últimos 14 anos quem domina o setor é o grupo empresarial - ligado à Disney e depois comprado por ela - criado por George Lucas, em 1986, através da Lucasfilm, com apoio financeiro de Steve Jobs, a Pixar Animation Studios. A Pixar surgiu arrasadora com o sucesso absoluto de crítica e bilheteria Toy Story (1995). Junto com a Dreamworks, a força das produções em desenho animado da Pixar presionou a Academia para a criação do Oscar de Melhor Filme (longa-metragem) de Animação*. A primeira participação desta categoria na maior cerimônia de premiação do cinema mundial ocorreu em 2002, tendo como vencedor o adorável ogro Shrek (Dreamworks).

De lá para cá, a Pixar "dominou geral" e venceu seis das 10 premiações. Os vencedores são os arrasa-quarteirões: "Procurando Nemo", "Os incríveis", "Ratatouille", "Wall-E", "UP-Altas aventuras" e "Toy Story 3". É claro que não pretendo limitar as boas produções cinematográficas de animação aos filmes da Pixar, mas há de se convir que a empresa mudou a forma como assistimos desenhos e ampliou muito o alcance destas obras.

Mas neste papo de gigantes norte-americanos, quero salientar a existência de um filme inteligente, doce e inesquecível, mas diferente. "A viagem de Chihiro" é uma animação japonesa de 2001 dirigida por Hayao Miyazaki e produzida pelo Studio Ghibli. Vencedor do Urso de Ouro, no Festival de Berlim de 2002, e do Oscar de Melhor Animação em 2003, "A viagem..." representa uma estética peculiar - para os ocidentais - com uma narrativa complexa e acurada, mas absolutamente universal e encantadora. (Detalhe importante, em vários países do mundo, este filme foi distribuído adivinha por quem? Walt Disney Studio!).



E ainda quero reservar um espaço destacado para falar de "Wall-E" e "Toy Store 3". O primeiro é um caso à parte na história recente do cinema. A desconfiança que senti nos primeiros minutos de quase total silêncio se dissiparam rapidamente. Fiquei surpresa ao me encantar gradativamente com roteiro e direção, cujos responsáveis foram Andrew Stanton e Jim Reardon, de extrema qualidade. É um filme incrível, emocionante, baseado em uma premissa difícil de se comprar à primeira leitura**.

O fenômeno "Toy Story 3" é outro caso interessante. O terceiro filme de uma franquia bem-sucedida se saiu ainda melhor do que seus pares, acontecimento raro no que diz respeito a sequências. Um filme "de criança" que fez muito marmanjo chorar com um forte apelo à nostalgia que sentimos quanto às vivências da infância e as mudanças de prioridade com o passar do tempo.





Esta postagem vem a calhar ainda porque este ano o festival brasileiro Anima Mundi completa 20 anos de existência. O Festival Internacional de Animação ocorre anualmente no mês de julho no Rio e em São Paulo e trata-se do maior da América Latina. Durante o festival são exibidos curtas, médias e longas-metragens, seriados e comerciais. As linguagens narrativas e técnicas são as mais variadas e o festival não exige nenhum critério específico.

Assista ao trailer do vencedor do último festival:



*Na cerimônia do Oscar, contamos com a premiação de Melhor Curta-Metragem de Animação desde 1932. Predominam na lista de vencedores desde então a já citada Disney, a Metro-Goldwyn-Mayer (Tom & Jerry) e a Warner Bros.

**Em 2700, a Terra não é mais habitada por humanos, que agora vivem na nave Axiom. O planeta foi transformado em um imenso depósito de lixo, e os homens ainda tinham a esperança de conseguir limpar nosso mundo quando decidiram contratar a empresa Buynlarge Corporation, encarregada de limpar a Terra. Para isso, enviou milhares de robôs programados para coletar o lixo. Mas essas máquinas não deram conta da tarefa e começaram a pifar, até que apenas uma restou, Wall-E. Todos os dias, sua rotina é catar o lixo que encontra pela frente a fim de cumprir a improvável tarefa de limpar o planeta. A vida do robô toma um novo rumo quando uma nave pousa na Terra e dela sai Eva, uma nova robozinha.

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2 comentários:

Nara Boechat disse...

EU sou fã de desenho animado. Tenho todos da Pixar, que é a melhor, na minha opinião. No entanto, me rendi ao Shrek!! Amo!! Aliás, já viu alguns curtas do Shrek, especial dia das bruxas?? São demais!!

Andre disse...

Pixar manja msm!